Os silos horizontais permitem a exposição de grande parte da massa de silagem ao oxigênio atmosférico, seja durante a estocagem (fermentação) ou no desabastecimento. Em silos trincheira, as principais áreas que sofrem a influência do ar são aquelas localizadas no topo e as que estão em contato direto com a parede. A presença de ar nessas zonas causa o fenômeno da deterioração aeróbia da massa.
As propriedades agrícolas podem estocar silagem de várias formas, utilizando os silos horizontais (trincheira ou superfície), o silo torre (que se encontra em desuso no nosso país), o silo-fardo revestido por filme plástico e o silo bag.
A maioria dos pecuaristas prefere os silos horizontais, devido ao baixo custo inicial de investimento e elevadas quantidades de forragem que podem ser depositadas no abastecimento e retiradas durante o desabastecimento (etapa de fornecimento de silagem aos animais).
Contudo, silos horizontais permitem a exposição de grande parte da massa de silagem ao oxigênio atmosférico, seja durante a estocagem (fermentação) ou no desabastecimento. Em silos trincheira, as principais áreas que sofrem a influência do ar são aquelas localizadas no topo e as que estão em contato direto com a parede. A presença de ar nessas zonas causa o fenômeno da deterioração aeróbia da massa. Os principais efeitos da deterioração são: perdas de matéria seca, redução do desempenho animal e riscos à saúde dos animais e da população humana pelo consumo de produtos de origem animal contaminados com patógenos e/ou micotoxinas presentes na silagem.
Ashbell & Kashanci (1987) estudaram a região periférica de silos trincheira e encontraram que as perdas próximas à parede chegaram ao valor de 76%, enquanto que na zona central do silo o valor máximo alcançou 16%. Desse modo, um problema ainda totalmente resolvido no manejo de silos trincheira é a conexão entre o plástico de cobertura e a massa de silagem, o que causa elevados prejuízos.
Excelentes resultados têm sido alcançados quando se coloca uma lona adicional sobre cada uma das paredes da trincheira antes de promover o abastecimento do silo, como foi recomendado por Bernardes et al. (2009). Durante o abastecimento, a massa de forragem irá garantir a sustentação do filme plástico que se encontra na parte interna do silo. A parte do filme que se encontra no lado externo deverá cobrir a massa logo após o abastecimento. Após esta etapa, uma nova lona deverá garantir a vedação final da trincheira (Figura 1).
Ressalta-se que os plásticos que estão localizados junto às paredes, não necessitam ser novos, ou seja, o proprietário pode aproveitar lonas usadas em anos anteriores. Somente o plástico utilizado na última etapa é que deve ser novo. Salienta-se também que esta lona deve ser presa por algum tipo de material (pneus usados; terra; sacos de areia) para garantir o sucesso da vedação.
Os resultados desta estratégia de manejo têm mostrado que a massa de silagem que se localiza na região periférica tem sido similar àquela situada na zona central do silo.
Figura 1. Diagrama de revestimento das paredes. Etapa 1 = Durante o abastecimento posicione o plástico sobre as paredes; Etapa 2 = Posicione a sobra da lona sobre a massa de silagem após o abastecimento; Etapa 3 = Cubra a trincheira com outro filme plástico.
Fonte: Bernardes et al. (2009)
Referências bibliográficas
ASBELL, G.; Y. KASHANCI. 1987. Silo losses from wheat ensiled in bunker silos in a subtropical climate. J. Sci. Food Agric. 40:95-98.
BERNARDES, T. F.; AMARAL, R. C.; NUSSIO, L. G. Sealing strategies to control the top losses in horizontal silos. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON FORAGE QUALITY AND CONSERVATION. 1 ed. Piracicaba: FEALQ, 2009, v. 1, p. 209-224.