Você amigo pecuarista que investiu para rastrear seu rebanho, se submeteu a todas as exigências das certificadoras, dos técnicos e do Ministério da Agricultura, que investiu seu tempo e dinheiro no processo, deve estar se sentindo como eu: ludibriado e refém dos frigoríficos exportadores.
Você amigo pecuarista que investiu para rastrear seu rebanho, se submeteu a todas as exigências das certificadoras, dos técnicos e do Ministério da Agricultura, que investiu seu tempo e dinheiro no processo, deve estar se sentindo como eu: ludibriado e refém dos frigoríficos exportadores.
Observo que os frigoríficos alegam que não estão exportando, e por isto não podem pagar pelo gado Traces e a mídia em geral publica que não existem fazendas em número suficiente para que haja exportação para Europa.
Fui uma das primeiras propriedades Traces do Mato Grosso do Sul, em minha primeira venda, por um dia não mandei meu gado para o Independência, e após o fechamento do mesmo, fiquei dois meses segurando 180 vacas gordas porque ninguém queria gado Traces. Depois de muito procurar consegui, em abril, um abate em Baitaporã com ágio ao redor de 12%.
Aqui mesmo em Campo Grande, em agosto, o ágio já tinha despencado para 6%. Em setembro para 3%.
A maioria dos frigoríficos exportadores alega aos pecuaristas que não está interessada no gado Traces.
Será que a conta vai ficar para o pecuarista, que investiu seu tempo e dinheiro acreditando que agregaria valor a sua mercadoria? Para o pecuarista que acreditou que tornaria a “cadeia produtiva da carne” mais forte?
Qual a atitude que devemos tomar? O que fazer?
Vejamos. Se entregamos o nosso gado ao frigorífico com as DIAs e os brincos ele poderá ser exportado mesmo que você não receba nada por isto. Enviando esses mesmos animais sem brincos ou DIAs seremos taxados de fornecedores irregulares perante as regras do SISBOV. E mais. Podemos ser penalizados pelo frigorífico, porque esses animais não podem ser acompanhados por modelo B e por isto seriam destinados apenas ao mercado interno.
Todo produtor que não queira que seu gado seja exportado para União Européia, mas que queira se manter na Traces, pode tentar torná-la mais rentável tomando esta atitude – mande a GTA sem o carimbo do Iagro no verso. Este carimbo é quem atesta não haver entrada de animais de área não habilitada nos últimos 90 dias e a falta do mesmo desclassifica o lote apenas para a Europa, podendo este lote ser exportado para a lista geral.
Assim os frigoríficos ficam impedidos de exportar estes animais para a Europa. Se não nos pagam por isso, não exportam para a Europa. Não teriam também argumentos para nos penalizar já que podem dar ao lote o mesmo destino que teriam pelo modelo B.
Vale lembrar que neste caso nós produtores temos que conferir se foi dada a baixa dos animais abatidos pelo frigorífico. Caso isto não tenha sido feito, o produtor tem o prazo de três dias, isto mesmo, três dias para providenciar a baixa dos animais junto ao Sisbov.
Se você produtor entregar seu gado sem receber acréscimo algum no preço e se deixar seu gado passível de ser exportado, porque razão o frigorífico pagaria pelo mesmo?
Pense nisto.
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Pois é… dá para entender de onde saiu boa parte da grana para as aquisições de frigoríficos no exterior… dá para entender que os recursos que nos faltam financiaram o gigantismo de alguns… com o devido patrocínio do estado na legislação que nos impuseram goela abaixo…
Como dizia um grande criador de Tres Lagoas – MS : Nosso negócio é carne, onde há carne há sangue… e onde há sangue proliferam os abutres…
Não há muita mais a comentar…
Caro João
Tenho batido nesta mesma tecla com minha certificadora, pois também concordamos com sua opinião. Entretanto fica o problema da baixa dos animais que so pode ser feita (no caso Traces) pelo frigorífico, que pode alegar não ter conseguido baixar pela inconformidade dos documentos. Acredito que o órgao sanitário seria obrigado a bater o carimbo na GTA, pois é norma do MAPA. Outra solução seria nos permitir o uso optativo do comunicado de saída, pois temos que obrigatoriamente usar o modelo A (destinado à Europa) e poderíamos então usar o modelo B (lista geral), impedindo assim que o Frigorífico exportasse nosso gado para a UE sem pagar o ágio que merecemos.
Continuemos batalhando junto ao MAPA, pois é ele quem pode alterar as regras do SISBOV – inclusive este é o momento oportuno, pois está em consulta a mudança no sistema – unindo pecuaristas e certificadoras na luta por uma relação mais justa com os frigoríficos. Caso contrário, que boicotemos o sistema, fazendo com que os frigoríficos novamente dêem um tiro no pé.
Sou perfeitamente solidário ao autor do texto.
A necessidade de rastreabilidade acontece em todos os setores de produção – o mais conhecido talvez seja o das montadoras de automóveis, quando realizam seus famosos recalls – a indústria de alimentos vem adotando cada vez mais, conforme o nível de esclarecimento e exigência do consumidor.
Mesmo com dificuldades muitos pecuaristas aderiram ao SISBOV, com o objetivo de atender as exigências dos importadores e também ganhar mais pelo seu produto. No entanto, os frigoríficos não corresponderam à altura, pensaram apenas no próprio bolso, transferindo todo ônus para o produtor e jamais sendo parceiros na implantação do sistema.
É lamentável que o esforço de muitos pecuristas não tenha revertido em ganhos para a atividade. Infelizmente o elo mais fraco, mais uma vez prejudicado.
Caro João
É pertinente sua preocupação, aqui no Alegrete/RS, não é diferente como em qualquer parte do brasil,onde os produtores que são comprometidos não só com a sustento da humanidade mas também com o desenvolvimento da economia do Estado e do País,sofrem com as mutações constantes das regras da rastreabilidade,que nos foram impostas por setores cujos responsáveis naõ possuem o menor conhecimento do que é um manejo de uma propriedade.Copiaram um modelo,impraticavel,de um país de pequena dimensão e impuseram,MDA, goela abaixo,para os produtores de um país gigante como o brasil.Ser produtor rural é submeter-se as regras ditadas por tecnocratas despreparados,que representam o verdadeiro NADA, – desprestigiam quem trabalha,mas oferecem cobertura para os desocupados arruaceiros,invasores de terra que são sustentados com recuros dos impostos cobrados dos que efetivamente produzem. grande abraço
Sr Germano,
Após a publicação deste artigo tivemos uma reunião com os representantes do Ministério da Agricultura na Famasul, e segundo eles o frigorífico exportador é obrigado a dar baixa dos animais perante o Sisbov, mesmo que a GTA vá sem o carimbo no verso e o lote por isto seja desclassificado.
Acredito que no momento esta seja a única maneira de pressão comercial que dispomos.
Grato
Joao Borges
Prezado colega João Borges dos Santos Junior
O seu artigo revela que a cada momento passa a ser imprescindível para os pecuaristas o espírito de união ,cooperação e associativismo.
Como engenheiros sabemos que “não se constrói nada sozinho”.Na pecuária poderemos adequa-lo para “não se cria nada sozinho”.
Para competirmos e sobrevivermos no mercado global precisamos estabelecer e divulgar o que chamo dos 5C:
Capacitação,Cooperação,Comunicação,Compromisso e Confiança.
Vamos avançar.
Saudações
Paulo Cesar Bastos é engenheiro civil e pecuarista.
Bom dia Joao Borges,
Podemos também pedir para certificadora alterar a data de nascimento dos animais que VÃO PARA ABATE (somente) em um dia, assim estes animais terão sua QUARENTENA reiniciada e consequentemente serão desclassificados para exportação.
Boa atitude, deve existir também a questão da sazonalidade. Com certeza o Spread aumentará no início do ano.
Boa tarde SR João Borges,
“O sisbov é para quem quer ter disciplina, seguir a sério, se empenharem no profissionalismo da atividade pecuária, onde o produtor precisa investir nos controles gerenciais, capacitação de mão de obra, mudança comportamenta” volto a repetir.
Amigos, Não é o SISBOV que deverá ser mudado, e sim OS GOVERNAMENTAIS, PRINCIPALMENTO O FEDERAL, dizer de mafias da certificadoras?!
Eu afirmo que existem muitos Certificadoras ruins mesmo, porém jogar tudo nas certificadoras ficou muito bom para o Sr Presidente.
Mafia é o que o governo tem junto com o MST.
Mafia são os frigorificos que montaram seus confinamentos e deixaram os pecuaristas de fora e assim dizendo que não tem mercado, cade o responsaveis pelo MAPA que fizeram muitas obrigariedades sobre a NORMATIVA 17 e não lutaram por vocês para que fossem pago o devido agil merecido?
Quem precisa mudar são os pecuaristas, que deveriam se unir montar um comissão e lutar pelo direito de receber o agil, pois investiram e agora vão ficar no prejuizo?
Qual é o pecuarista que foi instruido que para vender animal para cota Hilton deveria ser nascidos na fazenda e não animais de confinamento?
Estamos entrando em uma ditadura e ninguém percebeu isso.
Reinvidiquemos nosso direitos!!!