Por Louis Pascal de Geer1
Com as saídas do ministro Roberto Rodrigues e o secretário de política agrícola Ivan Wedekin, me parece oportuno refletir e pensar sobre o modelo que nós queremos para o Ministério de Agricultura porque o presente certamente está desgastado, falido e parece ser totalmente inadequado às necessidades atuais do setor e do país.
Enquanto a política econômica / financeira em linhas gerais seguiu o modelo deixado pelo governo anterior, foi o Ministério de Agricultura que mais sofreu mutilações políticas durante o governo Lula com a criação do Ministério de Desenvolvimento Agrícola e Reforma Agrária, tirando assim do MAPA um grande e importante parte das responsabilidades.
Sendo assim é lógico que o peso político e a capacidade de obter recursos estão sendo dizimados e que o fluxo de dinheiro está sendo dirigido para a área de reforma agrária e desenvolvimento agrícola onde tem os grandes movimentos sociais inclusive o MST e similares, agricultura familiar, e grande parte da Fome Zero.
O Congresso Nacional e principalmente a bancada ruralista ou não viram o perigo ou estão sendo coniventes com esta separação que permite uma política de enfraquecimento proposital de médios e grandes produtores e um esvaziamento do Ministério de Agricultura.
A separação de agricultura familiar é puramente política e no meu ver não faz sentido nenhum na prática principalmente porque os problemas de escala pequena na agricultura familiar podem e devem ser compensados quando se trabalha num regime de associações ou cooperativas.
O agroindústria está em plena expansão nas áreas de energia e alimentos e vai haver uma explosão com a inclusão do biodiesel na matriz energética do país.
Pessoalmente nunca acreditei que criar ministérios cada vez que temos problemas é uma solução, ao contrário cada vez mais acredito que grupos de trabalho interministeriais serão muito mais baratos, melhores, com menos poluição política e mais foco técnico e agilidade e flexibilidade desde que exista uma liderança dinâmica.
Sugiro a mudança do Ministério da Agricultura (MAPA) para o Ministério de Agronegócios que englobará todos aspectos da cadeia rural desde da reforma agrária, cooperativas, agroindústrias até o agro-energia.
O ministério de Desenvolvimento Agrícola e Reforma Agrária deve ser fechado e todo se englobará no Ministério de Agronegócios.
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1Louis Pascal de Geer é consultor, trabalhou durante 28 anos para Agropecuária CFM Ltda, se aposentando como vice-presidente da empresa
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Um dias desses ouvi de um graduado funcionário do Mapa: “o governo aplica seus parcos recursos, naquelas áreas de maior necessidade, nas prioridades….a agropecuária não precisa do auxilio do governo para continuar batendo recordes na carne, na soja etc…”.
Este é o pensamento lá de dentro…esta “casta de funcionário”, que conatamina Brasília, tem poder de mudar idéias, mesmo que completamente idiotas….disse lhe que se houvesse uma visão mais ampla, mais lucidez, e um grande estímulo ao nosso setor primário como um todo, em 6 meses, reverteriam o quadro atual e o governo não mais teria os atuais “parcos” recursos…como lidar com cabecinhas assim?