Produtores britânicos estão pedindo que a Comissão Européia estenda seu embargo parcial às importações de carne bovina brasileira. A Fairness for Farmers in Europe (FFE), uma aliança de organizações rurais do Reino Unido e da Irlanda, disse que nada menos do que o embargo total é a resposta correta às sérias brechas nas leis de bem-estar animal e rastreabilidade encontradas no Brasil.
Produtores britânicos estão pedindo que a Comissão Européia estenda seu embargo parcial às importações de carne bovina brasileira. A Fairness for Farmers in Europe (FFE), uma aliança de organizações rurais do Reino Unido e da Irlanda, disse que nada menos do que o embargo total é a resposta correta às sérias brechas nas leis de bem-estar animal e rastreabilidade encontradas no Brasil.
A FFE está acusando a Comissão de má administração por causa de sua repetida recusa em introduzir barreira total – contra o conselho de seu Serviço de Alimentos e Veterinário (FVO).
O vice-presidente da Farmers´ Union of Wales (FUW), Emyr Jones, disse que uma recente inspeção do FVO revelou sérios problemas nas regulamentações de identificação animal no Brasil, certificados falsos de exportação, falhas na vacinação, além de ter dito que a febre aftosa ainda está presente. “O FVO também disse que não existe um programa sistemático de auditoria de saúde animal e pouco mais que um programa questionável para monitorar a eficácia da vacinação contra a aftosa”.
O documento da FFE enviado ao ombudsman da União Européia (UE) tem 39 páginas de autoria dos veterinários da Reading University, Tony Wilsmore e Bill Watson. A adjudicação do ombudsman deverá sair no final deste ano.
A membro do Parlamento Europeu do País de Gales, Jill Evans, apoiou o pedido de embargo total e a nova campanha da FFE. Ela disse que está trabalhando junto a outros parlamentares europeus que concordam com suas preocupações sobre os padrões de sanidade e higiene da carne brasileira. “Estou satisfeita que a Comissão Européia finalmente está tomando uma atitude”, disse Evans. “Essas novas restrições deverão ajudar, mas eu continuo convencida de que a única medida efetiva na atual circunstância seria um embargo total até que as questões referentes aos padrões de higiene sejam resolvidas”.
O diretor do Serviço de Informação da Carne Bovina do Brasil em Londres, Robert Metcalfe, disse que o grande volume de exportação de carne bovina reflete o fato de o produto brasileiro ser competitivo e de alta qualidade e também permite um investimento substancial em saúde animal.
A decisão da UE de permitir que as importações de carne brasileira continuem, ainda que com restrições, mesmo enfrentando a pressão por um embargo total por parte dos produtores irlandeses e britânicos, finalmente enterra o mito de que a carne representa qualquer perigo à saúde, disse ele.
Ele disse que todas as exportações brasileiras à UE são de carne sem osso e maturada, que é cientificamente provado ser incapaz de transmitir o vírus da aftosa.
“Isso é uma vitória da ciência e do senso comum sobre o protecionismo comercial e é uma confirmação da segurança da carne bovina brasileira”, disse Metcalfe. “As novas restrições se referem à rastreabilidade, e não a questões sanitárias, e a indústria brasileira de carne bovina se comprometeu em fazer um novo sistema que funcione de forma efetiva”.
A reportagem é do site Icwales.icnetwork.co.uk.
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A questão é comercial. A carne brasileira não representa risco sanitário e é consumida em mais de 150 países. O que os irlandeses e ingleses temem são os mais de 5 milhões de quilômetros quadrados do territóriio brasileiro livres de febre aftosa, com uma população de mais de 170 milhões de bovinos.
Isto todos nós técnicos e pecusristas sabemos que todas as carnes logicamente são enviadas ou exportadas maturadas, passando pelo processo de maturação que leva horas para que ela fique macia e passe melhor pelo seu processo de transformação de músculo em carne, nós sabemos que são carnes sem osso. Sabemos todos disso. E sabemos da incapacidade de transmissão do vírus neste tipo de veículo, pois caso haja o vírus este encontra-se na medula óssea.
Eu penso o seguinte caros amigos, é um excelente mercado para o Brasil, mas já que existem 150 países que compram a carne brasileira, nós devemos de uma vez por todas “nós mesmo suspender a exportação de carne para a UE” por conta desse terrorismo de irlandeses e britânicos. Mandem eles virem para o Brasil aprender um pouco sobre como se produz com qualidade e eficiência. Ficam inventando histórias e mais histórias. Deixem que não comprem mais carnes brasileiras.
Segundo as tendências mundiais de matéria prima como o milho por exemplo, a tendência é de uma alta absurda, o fosfato mundial está cada vez mais escasso, então não temos dúvidas que o custo de produção será cada vez maior, e para quem realiza confinamento, os custos poderão tornar esta realidade nestes países uma ameaça para a produção de animais, elevando portanto o custo da carne nestes lugares.
Alguém vai querer comprar carne brasileira, competitiva em preço e de excelente qualidade para poder ganhar dinheiro, não tenho dúvidas. Agora ficar preocupado com europeu porque querem suspender a compra de carne brasileira, etc. Ah pelo amor de Deus, deixa que cancelem totalmente, temos a força, competência e qualidade suficiente para resgatar os nossos mercados perdidos nos Estados Unidos e Ásia, e poderemos investir no marketing da nossa carne nestes lugares, que eu sei que pagam caro pela carne de qualidade. Que Europa que nada, rastreabilidade? Isso é um sonho que não será realizado, conversa para boi dormir, concordo que é extremamente importante, mas deve existir uma flexibilidade entre cada realidade de fazenda, pelas suas dificuldades e particularidades.
Aqui no Acre, onde não participamos de exportações, acompanhando a desvalorização da arroba no Goiás, São Paulo e outras praças, vejo que aqui não houve esta drástica desvalorização. Acho que estamos no caminho certo.
No momento em que pagarem a mais para colocarmos os brincos, ai tudo bem, iremos aderir a rastreabilidade, pena é que caimos na desvalorização destes animais pelo seu rendimento que certamente é afetado pelos frigoríficos. Acho que temos que aumentar a nossa eficiência de produção, realizando investimentos certeiros e poupando despesas que não rendem lucros diretos e nem mesmo indiretos, como no caso a rastreabilidade.
Acredito que as autoridades brasileiras não entenderam ainda que estas associações estão literalmente em guerra contra a carne brasileira e isto já vem ocorrendo a mais de 2 anos.
A imprensa britânica e irlandesa inundam os jornais semanalmente com notícias infundadas e mentirosas a respeito da carne brasileira, como podemos ver acima um próprio membro do parlamento europeu essa Jill Evans, nos acusa que produzirmos um produto com pouca higiene, isso deve ser porque ela nunca veio ao Brasil. Já tive oportunidade de conhecer várias industrias de carne na Irlanda e Reino unido e nenhuma delas se quer chega perto em condições de higiene de nossas indústrias.
Creio que é o momento de nossas autoridades entrarem nesta briga, ninguém fala na imprensa dos riscos de consumo da carne destes paises, ninguém comenta que no ano de 2007, 221 animais apresentaram resultados positivos EEB (vaca Louca) no continente europeu, ninguém comenta que até julho de 2007 já morreram 195 pessoas deste mal na Europa. Nossas autoridades não questionam porque a Inglaterra pode exportar carne para comunidade Européia apenas após 30 dias do aparecimento de foco da aftosa, isso 2 vezes no mesmo ano, também não ouvimos dizer porque o Chipre exporta carne para UE se também teve casos de aftosa em 2007, sem contar que a UE importa carne da Austrália, país onde o uso de hormonios é liberado, e onde já foram encontradas não conformidades no processo de rastreabilidade, que não garante que animais não exportáveis entrem no bloco, o mesmo acontece com os EUA, que possui vaca louca e utiliza hormônios.
Também não é mensionado, que a DEFRA órgão inglês responsável pelas auditorias de rastreabilidade na Inglaterra, em sua última auditoria publicada em 2003 encontrou aproximadamente 30% de desvio de informações (não conformidades) na rastreabilidade bovina do gado britânico.
Para informação de todos a Namibia, país africano, após aparecimento de casos de febre aftosa em 2005 e após a inspeção do FVO identificar problemas na rastreabilidade por duas vezes ainda exporta carne para UE.
Essa guerra esta sendo injusta, somente eles nos atacam por todos os lados e nós nem sequer nos defendemos, precisamos lutar com as mesmas armas, de igual para igual senão sempre seremos massacrados, ora por aftosa, ora por rastreabilidade, destruicao da Amazônia, trabalho escravo, qualidade da carne do Zebu, pretestos protecionistas eles tem vários.
Muito Obrigado.
O Governo precisa se consientizar que não há mais espaço para o jeitinho brasileiro no que diz respeito ao cumprimento das normas e procedimentos impostos pela CE relacionada a exportação de carne para o bloco.
É necessária uma política séria e uma injeção substancial de recursos no monitoramento das atividades de rastreabilidade em andamento, informatização de todo o sistema de rastreabilidade bovino interligada aos SIF´s nos frigoríficos evitando fraudes, fiscalização no trânsito interno de animais e barreiras de fiscalização eficaz nas fronteiras.
Até quando vamos receber notícias de embargo à carne brasileira, causando suspense no mercado, gerando dúvidas sobre quais consequências teremos em nosso negócio. O Governo deve ter uma ação pró-ativa e se antecipar aos problemas.
O Governador André Puccinelli está coberto de razão. Devemos analisar quais produtos importamos do bloco, impor sansões e perder o receio de mostrar ao mundo que nossa economia tem peso e deve ser respeitada.
Não entendo como o Governo Brasileiro não interfere com maior intensidade junto a OMC e outros órgãos responsáveis. Aliás, está é uma postura padrão do Governo atual. Enquanto isso, os produtores rurais sofrem com queda de preço e perda de margens.
O Brasil é, sempre foi e sempre será uma séria ameaça para os produtores dos pequenos países industrializados do bloco europeu. Independentemente do produto que exportarmos, seremos sobretaxados, atolados em barreiras alfandegárias e exigências sanitárias.
Encaremos a realidade, somos um país com área suficiente para englobar diversos países europeus, e agraciados com um clima que nos permite cultivar mais e mais barato que nossos concorrentes. Nosso gado é engordado à pasto, e até nossa carne de segunda tem mais sabor que filé mignon de vaca velha britânica, engordada com rações produzidas de restos industriais.
Talvez esta seja a mensagem que devemos veicular na imprensa européia, e deixar que os consumidores decidam o que preferem comer.
Tal como qualquer outro produtor rural, somos assistidos por um veterinário, que há anos acompanha nosso rebanho de matrizes, seja no exame de toque para prenhez, nas campanhas de vacinação da aftosa, assim como nas primeiras vacinas da produção de bezerros. Este profissional que nos assiste é sério, probo, e extremamente competente. O número do seu CRMV tem valor, e por este motivo, considero nosso rebanho suficientemente monitorado e rastreado.
Consequentemente, por este mesmo motivo, considero o SISBOV, e sua reedição, uma tentativa de rastreabilidade sobressalente, inadequada para a realidade brasileira, e que só fez florecer mais uma indústria que cria dificuldades para vender facilidades.
Como se já não nos bastassem os despachantes para resolver problemas de carro em Detrans, encurtar o tempo de filas para passaporte e vistos, agora criamos os despachantes de gado. Resta apenas saber, quanto tempo os produtores rurais continuarão a admirar este cenário, com ternos olhares de bovinos à caminho do abate.