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Reino Unido: preços da carne “precisam aumentar”

O preço da carne terá que aumentar para proteger a saúde da indústria pecuária do Reino Unido, que está sofrendo os efeitos do último foco de febre aftosa e do verão muito úmido registrado, de acordo com um estudo publicado nesta semana.

O preço da carne terá que aumentar para proteger a saúde da indústria pecuária do Reino Unido, que está sofrendo os efeitos do último foco de febre aftosa e do verão muito úmido registrado, de acordo com um estudo publicado nesta semana.

A barreira às exportações de carne britânica à União Européia (UE), que foi removida no último final de semana, custou aos produtores 1,8 milhão de libras esterlinas (US$ 3,61 milhões) por dia desde que foi imposta no começo do mês. Os produtores também estão sofrendo com os aumentos nos custos do trigo e outras commodities. Alguns produtores estão enfrentando um aumento nos preços dos alimentos animais de quase 100%, de acordo com a consultora Deloitte.

A União Nacional dos Produtores Rurais (NFU) disse que muitos produtores estão reduzindo seus rebanhos ou considerando deixar a atividade, segundo reportagem do site MeatPoultry.com.

“Os compradores do Reino Unido terão que pagar mais pela carne. Os maiores preços permitirão que os produtores continuem a suprir a crescente demanda por carne local e de alta qualidade. Sem isso, a oportunidade para apreciar carne de qualidade produzida domesticamente poderá se tornar uma raridade nas prateleiras dos supermercados”, disse o associado da Deloitte, Richard Crane.

O conselheiro do setor de produção animal da NFU, Peter King, disse que após desmantelamento da Política Agrícola Comum (PAC), que garantia um preço mínimo aos produtores, os pecuaristas britânicos estão com dificuldades. Os produtores estão recebendo 2 libras esterlinas (US$ 4,01) por quilo do gado, mas isso é 15-20% a menos do que o custo de sua produção. A duplicação dos preços do trigo acrescentou 45-50 pêni (90,31 centavos de dólar-US$ 1,35) ao custo do quilo, que os produtores não estão conseguindo recuperar.

King disse que isso está ocorrendo justamente em um época em que os consumidores demandam mais produtos locais. Ele disse que nos últimos dois anos, o rebanho bovino se reduziu em 7% e isso deverá continuar.

Crane disse que as vacinações dos animais deverão ser introduzidas para garantir que não ocorram mais casos da doença, o que deverá ser um custo extra aos produtores. Além disso, os mercados externos continuam fechados às carnes do Reino Unido. “O resultado é uma redução dos retornos aos produtores e processadores que poderá prejudicar a indústria de exportação de carnes do Reino Unido de 493 milhões de libras esterlinas (US$989,46 milhões)”.

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