Relacionamento sério: A relação de troca boi/bezerro é importante para que o produtor saiba o quanto de “matéria-prima” ele poderá adquirir com a venda de um boi gordo. No mês de janeiro/17 foi possível comprar 1,93 bezerro com a venda de um boi gordo de 17 arrobas, sendo esse o maior valor desde dezembro/14, apresentando-se apenas 0,71% abaixo da média histórica. Apesar de ter se retraído em fevereiro/17, a relação de troca vem registrando uma trajetória de crescimento desde maio do ano passado. Ainda que o mercado da bovinocultura de corte opere em baixa, sofrendo com recuos nas cotações, a relação de troca boi/bezerro atingiu esse valor, pois o preço do bezerro vem desvalorizando mais que o preço do boi gordo (fruto de um crescimento na oferta de bovinos de 12 meses), fato que é vantajoso para o produtor que realiza recria/engorda, mas, por outro lado, o pecuarista que trabalha somente com a cria se vê diante de um cenário complicado.
* Com o mercado ainda fraco, os preços da arroba do boi e da vaca gorda vêm mantendo certa estabilidade, ficando cotados a R$ 125,61 e R$ 120,75, respectivamente.
* O preço do bezerro de ano obteve aumento pela segunda semana consecutiva, demonstrando uma leve recuperação do mercado de reposição, ficando cotado a R$ 1.115,83/cab.
* Todos os equivalentes registraram alta nesta semana, dentre eles, o que obteve maior valorização foi o equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos (ECD), que aumentou 1,36%.
* A relação de troca boi/bezerro retraiu 0,30% nesta semana, devido a uma pequena elevação no preço do bezerro frente ao preço estável do boi gordo. Agora, com a venda de um boi gordo, é possível comprar 1,91 bezerro.
JÁ FOI: A derrocada nas cotações do boi gordo nos últimos meses demonstra a situação delicada vivida pela bovinocultura de corte brasileira. Em Mato Grosso, a cotação do boi gordo desvalorizou 4,13% na comparação entre fevereiro de 2017 e 2016, em São Paulo, no mesmo período, a queda foi de 5,85%, ou seja, o problema envolve todo o país. E se os últimos 12 meses não foram bons, os próximos 11 poderão não ser de “sorrisos”. Tal decepção decorre de uma oferta crescente e uma demanda ainda reprimida. Munidos de tais fundamentos, os agentes de mercado (BM&F) demonstram certa descrença nas cotações. Tão aparente é o pessimismo do mercado no que tange aos preços do boi gordo, que, seguindo as cotações atuais do mercado futuro, o preço de janeiro/17 se posiciona como o maior até agosto/17. Vale a ressalva de que em nenhum mês de 2017 o preço esperado é maior que o do mesmo mês de 2016. Desta forma, destaca-se um horizonte de remuneração desestimulante para o pecuarista brasileiro.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).