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Relações entre diferentes fontes protéicas (N) e polpa cítrica na dieta de bovinos de corte confinados

A utilização de polpa cítrica peletizada como fonte de energia em dietas de bovinos confinados tem grande importância devido ao custo e características nutricionais desse ingrediente. O principal carboidrato da polpa cítrica é a pectina, um componente que apresenta rápida degradação ruminal, disponibilizando energia de forma rápida no rúmen. Além das características descritas acima, a polpa cítrica possui também alta relação Ca:P (3,5:0,4), com relativos baixos teores de proteína bruta, gordura, fibra detergente neutro (FDN) e fibra detergente ácida (FDA).

A utilização de polpa cítrica peletizada como fonte de energia em dietas de bovinos confinados tem grande importância devido ao custo e características nutricionais desse ingrediente. O principal carboidrato da polpa cítrica é a pectina, um componente que apresenta rápida degradação ruminal, disponibilizando energia de forma rápida no rúmen. Além das características descritas acima, a polpa cítrica possui também alta relação Ca:P (3,5:0,4), com relativos baixos teores de proteína bruta, gordura, fibra detergente neutro (FDN) e fibra detergente ácida (FDA).

A sincronia na liberação de energia e proteína, ou esqueletos carbônicos e nitrogênio, no rúmen é determinante na produção de proteína microbiana e conseqüentemente na digestibilidade da dieta e na ingestão total de matéria seca. Portanto, o “acoplamento” de fontes de energia e nitrogênio que possuam mesmo momento de disponibilização aos microorganismos ruminais proporcionará melhores resultados na utilização e, menores perdas de nitrogênio no trato digestivo total.

Diferentes fontes de nitrogênio proporcionarão diferentes tempos de liberação desse ingrediente no rúmen, tendo diferentes níveis de utilização, dependendo da fonte energética utilizada em conjunto. A utilização de uréia como fonte de nitrogênio para bovinos, proporcionará rápida liberação de nitrogênio no rúmen, necessitando assim de uma fonte energética que também esteja disponível de forma rápida após a ingestão.

Kim et al. (2008) avaliaram o uso de duas diferentes fontes de nitrogênio, farelo de soja ou uréia, em relação a dietas contendo polpa cítrica. Foram utilizadas dietas isoenergéticas e isoprotéicas, para bovinos de corte confinados com altos teores de concentrado. Foram utilizados bovinos de corte ½ Brahman x ½ Angus com peso vivo médio de 265 kg. As dietas utilizadas estão descritas na tabela 1.

Tabela 1. Ingredientes e composição química das dietas experimentais


Os autores observaram uma menor ingestão de matéria seca total quando do uso de uréia como fonte principal de N em relação ao farelo de soja e o grupo controle (Tabela 2). Também foram observados melhores valores de peso vivo final, ganho médio diário e conversão alimentar para o tratamento farelo de soja em relação ao tratamento uréia. Provavelmente os melhores resultados de desempenho possam ser explicados devido a maior ingestão de matéria seca total com mesma conversão alimentar. Outro fator de importância seria o aumento do fluxo de aminoácidos ao intestino delgado dos animais suplementados com farelo de soja em relação aos suplementados com uréia.

Tabela 2. Ingestão de matéria seca, peso vivo, conversão alimentar e ganho médio diário dos diferentes tratamentos


Os resultados apresentados mostram que é de extrema importância que os nutricionistas ajustem a sincronia de liberação de ingredientes no rúmen, favorecendo o ambiente ruminal, de forma a maximizar o fluxo de nutrientes ao intestino e conseqüentemente maximizar o desempenho animal.

O fato de observarmos uma melhor resposta às fontes de proteína verdadeira nesse trabalho, não determina a não utilização de uréia como fonte de N ruminal, nos casos de utilização da polpa cítrica como fonte de carboidratos, somente nos alerta para o fato de que a utilização exclusiva desse ingrediente como fonte de N ruminal irá limitar o desempenho animal nesse caso. Possivelmente a utilização conjunta de uréia e fontes de proteína verdadeira seja uma saída interessante para a maximização da sincronia de liberação de nutrientes no ambiente ruminal.

Referências bibliográficas:

KIM, S.C.; ADEGOSAN, A.T.; ARTHINGTON, J.D. Optimizing nitrogen utilization in growing steers fed forage diets supplemented with dried citrus pulp. J. Anim. Sci., v. 85, p. 2548-2555, 2008.

LUDDEN, P.A. CECAVA, M.J. Supplemental protein sources for steers fed corn-based diets. J. Anim. Sci., v. 73, p. 1476-1486, 1995.

MAIGA, H.A.; SCHINGOETHE, D.J.; HENSON J.E. Ruminal degradation amino acid composition and intestinal digestibility of the residual components of five protein supplements. J. Dairy. Sci., v. 79, p. 1647-1653.

0 Comments

  1. Elisiário Alves de Toledo disse:

    Com apenas poucos dias de recebimento do notável BeefPoint, percebo quanto poderia ter me aprimorado em atualizações.

    Começar é sempre o importante, perserverar é o diferencial entre crescer ou estagnar.

  2. JOAO BATISTA DE ALMEIDA disse:

    Parabéns pelo trabalho.

  3. jose rodolfo reis de carvalho disse:

    Parabéns pelo trabalho mostrado e também ao site BeefPoint pois depois que eu passei a receber estas atualizações, passei a enchergar os fatos com um certo ponto de vista crítico.

  4. Celso Francisco Vieira da Paixão disse:

    Parabens pelo trabalho.