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Relatório da UE aponta críticas do bloco ao Brasil

Um relatório do Comitê Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal da União Européia, preparado após a reunião do último dia 8 em Bruxelas, afirma que “a popularidade do Brasil está atualmente em seu ponto mais baixo”. O motivo são as preocupações com a situação da sanidade animal no Brasil, principalmente após os casos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná.

As informações do relatório foram enviadas pela International Meat Trade Association (IMTA), entidade que reúne comerciantes internacionais de carne bovina, sediada em Londres, à embaixada brasileira na Inglaterra.

Segundo a correspondência, que tem a data de ontem, “várias delegações expressaram profunda preocupação e pediram que ações sejam tomadas. Algumas delas recomendaram impor um embargo à carne do Brasil”. Isso, depois que foram apresentadas informações do governo brasileiro sobre a situação da sanidade.

Duas semanas antes da reunião do comitê, já havia rumores de que a UE poderia ampliar o embargo à carne bovina brasileira, hoje restrita a Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

Conforme o relatório enviado pela IMTA, os serviços da Comissão Européia irão convidar o embaixador brasileiro para uma reunião nos próximos dias. Os europeus mostram, no relatório, que têm dúvidas quanto à confiabilidade da vacina contra aftosa e quanto à credibilidade das informações fornecidas pelo governo brasileiro. A confirmação tardia do foco de aftosa no Paraná gerou essa desconfiança.

Além disso, os europeus querem informações sobre o controle no movimento do gado do Mato Grosso do Sul para outros estados (em particular os aprovados para exportar carne bovina à UE). A reunião com o Brasil, que deve ocorrer antes do dia 20 (quando ocorre nova reunião do comitê) também serviria para discutir a rastreabilidade do gado brasileiro.

O próprio relatório indica que é “muito cedo” para prever como ficarão as salvaguardas da UE em relação ao Brasil e afirma que isso dependerá da “qualidade das respostas que o Brasil der para atender às expectativas dos serviços da Comissão Européia e dos Estados-membros”.

Para o diretor de carnes da Coimex, Jerry O’Callaghan, a União Européia não deve ampliar o embargo ao Brasil, apesar do descontentamento com a atual situação. “A expectativa é que o governo responda aos questionamentos da UE”, afirmou. Além disso, a carne brasileira faz falta na UE, onde preços do produto do bloco já subiram 20%.

Fonte: Valor (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint

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