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Relatório do INAC mostrou que 18 de 25 frigoríficos uruguaios tiveram perdas em 2019

Em uma reunião tripartida realizada quinta-feira entre a indústria frigorífica e a Federação dos Trabalhadores da Carne e Afins (Foica), um relatório sobre a atividade do setor nos últimos três anos foi apresentado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTSS) , que confirmou a complexa situação atual vivenciada pelos frigoríficos uruguaios em termos econômicos e financeiros.

No caso, foi garantido pelo portfólio que 18 dos 25 frigoríficos em todo o país tiveram perdas no último ano. Segundo El Observador, as informações vieram de um relatório solicitado pelo MTSS ao Instituto Nacional da Carne (INAC).

Mais especificamente, o documento argumenta que apenas sete frigoríficos tiveram Ebitda positivo. O Ebitda é um indicador que não inclui despesas com juros, impostos, depreciação e amortização, a fim de refletir o resultado bruto de uma empresa antes de deduzir seus custos financeiros.

Da indústria, além de considerar os altos custos que a matéria-prima teve em 2019 – o gado atingiu preços recordes pela demanda chinesa – também foi discutido como o negócio de exportação de gado em pé afetou o setor. Essa posição é compartilhada pelo sindicato, embora haja algumas nuances.

Consequentemente, na reunião, a Câmara da Indústria Frigorífica levantou a possibilidade de assinar um contrato de 30 meses. Enquanto isso, da Foica, embora não compartilhe que toda a indústria em geral esteja em uma situação comprometida, foi esclarecido que “não haverá avanços nesses conselhos salariais”.

O secretário geral do sindicato dos trabalhadores, Luis Muñoz, disse ao El Observador que o que se pretende é a recuperação nos mesmos níveis da inflação, mantendo o salário real ou o poder de compra.

Muñoz considerou que as negociações terminarão entre abril e maio, dado que os acordos são geralmente de três anos. Se eles forem concluídos entre esses meses, os trabalhadores receberão o ajuste salarial retroativamente ao longo desses meses.

“O que nos interessa neste momento para os trabalhadores é não ter perdas nos empregos e não ter perda anual de salário”, afirmou.

Como uma combinação de más notícias, a queda na demanda por carne bovina da China nas últimas semanas se somou ao surto do coronavírus, que paralisou as exportações para esse destino, quando se esperava que o mercado recuperasse o dinamismo comercial uma vez que as celebrações do ano novo lunar tenham passado.

A situação levou as indústrias uruguaias a estarem em uma situação difícil, dado o peso superlativo do país como comprador de carne uruguaia (em 2019, era 60% do total). Essa situação impactou particularmente a indústria de carnes, com vários frigoríficos que tiveram que solicitar o reagendamento de pagamentos, porque as obrigações não puderam ser cumpridas no devido tempo e na forma devido à falta de liquidez.

O presidente da Associação dos Consignatários de Gado (ACG), José Pedro Aicardi, disse na semana passada que havia mais de uma empresa que solicitava que os intermediários reagendassem os pagamentos.

“Não é que a cadeia tenha sido cortada, foi solicitado o reagendamento dos pagamentos que implicam uma alteração de documentos e alguns foram adiantados. O problema deve ser tratado com cautela; É uma questão muito sensível para os produtores, para aqueles de nós no meio e para a indústria. Isso é consequência, basicamente, da extensão do final do ano chinês, onde tudo foi ampliado com o tema do coronavírus que tem impacto financeiro em tudo”, afirmou.

Em janeiro deste ano, o El Observador informou que no balanço encerrado em 30 de setembro de 2019, a segunda empresa em operação no Uruguai, a Minerva Foods, registrou uma perda de US $ 20 milhões nos três primeiros trimestres do ano. A multinacional de origem brasileira possui três fábricas no país (Frigorífico Carrasco, Pul e Canelones) e teve 17,4% do total da obra no ano passado.

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Fonte: El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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