Relatório suspeita que vírus saiu de laboratório

Um relatório da Comissão de Saúde e Segurança (HSE) do Reino Unido divulgado ontem confirmou a suspeita de que o vírus da aftosa que atingiu o rebanho pode mesmo ser do laboratório de Pirbright. O documento alertou para a existência de “sérios indícios” sobre essa possibilidade.

As instalações do laboratório são compartilhadas pelo Instituto de Saúde Animal (IAH), um centro público de diagnóstico e pesquisa animal, e pela empresa farmacêutica Merial Animal Health, informou notícia da EFE.

Segundo a investigação, a Merial, fabricante de vacinas, estava envolvida “em uma produção em larga escala” de vacinas com essa cepa do vírus, com um volume de fabricação de aproximadamente 10 mil litros, enquanto o IAH realizava experimentos “em menor escala”.

Segundo o relatório, não há provas de que o vírus tenha se espalhado por práticas de trabalho ou por contaminação dos instrumentos do laboratório, mas as suspeitas aumentaram após a revelação que a variante do vírus encontrada no gado era igual à utilizada no centro.

Entretanto, estão sendo avaliadas as chances do vírus ter chegado aos animais pelo ar ou pela água, devido às fortes inundações do país nas últimas semanas. “Deve ser considerada como real a possibilidade de que o vírus tenha ficado em liberdade devido à ação humana”, indicou o relatório.

Os resultados foram recebidos com “incredulidade e choque” pelo Sindicato Nacional de Criadores de Gado do Reino Unido, pois o problema pode ter tido origem em um órgão que trabalha justamente para combater a doença.