O circuito de Feiras de Terneiros de outono chegou à sua metade no Rio Grande do Sul confirmando a expectativa de preços pouco remuneradores para os pecuaristas e cancelamento de exposições por causa da seca. Como no ano passado, os negócios estão totalmente favoráveis aos compradores. Conforme um levantamento efetuado pelo Correio do Povo, com base nas informações fornecidas por sindicatos rurais, núcleos de criadores e leiloeiros, o preço médio do quilo vivo do terneiro foi de R$ 1,59 nas 13 exposições realizadas até o último dia 30.
O faturamento até aqui soma R$ 3,71 milhões com a comercialização de 15.302 terneiros, terneiras e vaquilhonas. As fêmeas registraram média de R$ 1,31. Das 19 feiras programadas para o período, quatro foram canceladas devido aos reflexos causados pela estiagem: Canguçu, Santana do Livramento, Formigueiro e Santo Antônio da Patrulha. Outras duas foram adiadas.
O leiloeiro Alexandre Crespo não tem dúvidas: a reposição nunca esteve tão barata nos últimos dez anos no Rio Grande do Sul. Ele lembra que, historicamente, o preço do terneiro teria de estar 20% acima do valor do boi gordo, cotado em média a R$ 1,60 no Estado. “Para o criador que faz o ciclo completo, o preço está baixo, realmente desestimulante”, analisa.
Conforme Eduardo Knorr, da Knorr Remates, o preço nominal praticado no estado hoje é inferior ao dos anos anteriores e ainda é preciso computar o repasse do aumento dos custos produtivos. “Infelizmente, não há perspectivas de uma reação significativa dos remates que ocorrem até o fim da temporada”.
A tendência de baixa nos preços foi confirmada na semana passada por levantamento divulgado pela CNA, no qual se constatou que a cotação ao produtor caiu 6% no Rio Grande do Sul só no primeiro trimestre do ano.
Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint