Durante muitos anos, a produtividade foi medida por cabeças/hectare/ano, ou num outro modo de mensuração de kg/animal/dia, dando uma impressão de que a eficiência está diretamente associada a essas simples equações.
O leitor do BeefPoint Renato Galindo, de Londrina/PR, enviou um comentário ao artigo “Como medir a produtividade do rebanho?“. Abaixo leia a carta na íntegra.
“Pecuária de futuro
Durante muitos anos, a produtividade foi medida por cabeças/hectare/ano, ou num outro modo de mensuração de kg/animal/dia, dando uma impressão de que a eficiência está diretamente associada a essas simples equações.
Em meados dos anos 90, nos primórdios tempos de inicio de Plano Real e dólar barato, a importação de bezerros e garrotes da argentina para o Brasil foi bastante intensa, e numa dessas ocasiões um produtor Argentino me perguntou quantos kg de carne se produz por hectare/ano no Brasil.
Confesso que não soube responder e acredito que até hoje, passados 15 anos ainda tenhamos dificuldades em realizar essa equação.
Ao contrário de um agricultor de soja ou milho que tem a produção/hectare dos últimos anos na ponta da língua, a pecuária bovina sempre andou à margem da eficiência, pela falsa idéia de custo baixo com mão de obra e baixo endividamento por falta de linhas de créditos que alavanquem a pecuária eficiente.
Para se garantir uma excelência na pecuária, necessariamente precisa-se ter: Genética/Nutrição/Manejo, além de um um conceito novo sobre Gerenciamento de produtividade. Ao invés de cabeças/hectare, devemos passar a falar em kg de carne/hectare/ano, pois assim rapidamente o produtor consegue mensurar através de comparativos com outras atividades do agronegócio se a atividade está sendo rentável ou não.
Segundo M.Corsi (ESALQ/USP) a média brasileira no ano 2007/2008 foi de 105 kg/hectare/ano ou 3,5@ (arrobas). Se compararmos com uma produção de soja de 40-45 sacos/hectare, somente como exemplo, mesmo com preços baixos, a soja seria melhor negócio.
O interessante para refletirmos é justamente que, se o produtor utilizar a tecnologia na pecuária, como melhoramento genético, correção de pastagens e manejo do rebanho, enfim, tratar o seu negócio como uma verdadeira indústria de produção de carne ele pode multiplicar por 8 ou 10 essa produtividade de carne/hectare. Basta acreditar no seu negócio.
A pecuária bovina nacional vem passando por várias transformações nas ultimas décadas, mas ainda temos um longo caminho à percorrer. Por isso temos que mudar o conceito de Pecuária DO Futuro, para Pecuária DE Futuro, parece uma simples colocação de palavras, mas é um novo conceito de negócio.
Pecuária de futuro é gerenciar a atividade.
´Somos o que repetidamente fazemos, a excelência portanto não é um feito, mas um Hábito.´
(Aristóteles)”
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Há inúmeras maneiras de analisarmos a produtividade de uma atividade econômica. Sem dúvida os indices de cabeças /hectare (lotação), kg /animal /dia (ganho de peso por animal) e kg /hectare /ano (ganho de peso por área) podem auxiliar o produtor a comparar, sobre determinados aspectos, a produtividade de seu processo produtivo com de outros produtores. E muitas vezes auxiliá-lo a ajustar seu sistema de trabalho.
Mas ao meu ver a principal meta do produtor não deve ser apenas de obter lotações elevadas, ganhos de peso individuais elevados ou focar na produção de kg de carne por área. A principal meta do produtor deve ser sempre elevar o retorno do capital alocado, ou, em outras palavras, melhorar a relação lucro / patrimonio da atividade.
De nada adianta obter elevados índices zootécnicos se para isto o custo de produção subir proporcionalmente mais que a receita. Eficiência é produzir o kg de carne mais barato possível.
E para cada situação particular há alguns aspectos mais relevantes. Maximizar o uso do hectare de terra do pampa argentino faz mais sentido do que maximizar o uso do hectare de terra do pantanal brasileiro.
Att,
Sr.Galindo;
Como fez bem para voce os novos ares!!!
O segredo do sucesso é levar a filosofia da industria para a produção animal, buscando eficiência ( hoje em dia é questão de sobrevivencia) ainda podendo acessar mercados através da qualidade.
Vamos transformar commodities em alta qualidade ( basta ajuste e compromisso)
Parabens e sucesso
Roberto
Renato Galindo e Roberto Bacellos dois nomes fortes neste mercado.
meus parabéns senhores.
Cristiano (carioca)
Renato, tá sumido. Dê notícias.
Otávio Cançado