Reposição: preço em alta e melhora na relação de troca

O mercado de reposição continua em alta, com todas as categorias sendo bastante procuradas e os preços negociados se valorizando a cada dia. Os preços seguem firmes e com tendência de alta para os próximos meses são conseqüência da baixa disponibilidade de animais em todas as regiões brasileiras. Quem tem lotes para vender sabe que a oferta é reduzida e pede caro.

O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado, nesta terça-feira a R$ 508,07/cabeça, alta de R$ 2,02 (0,40%) em relação a semana passada. Em comparação ao mesmo período de 2007 a valorização do preço do bezerro foi de 31,54%, em 04 de março do ano passado o valor levantado pelo Cepea era de R$ 386,25/cabeça.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, margem bruta

Como nesta semana, o aumento da cotação do boi gordo foi maior (1,01%) do que o registrado para o indicador de bezerro, a relação de troca melhorou, ficando em 1:2,47. A margem bruta na reposição, também subiu. Com valor de R$ 745,93, este indicador está 1,43% superior ao calculado na semana passada (26/03/08) e 37,87% maior do que há um ano atrás. A margem bruta na reposição é o montante que sobra para o pecuarista após ele vender um boi gordo de 16,5@ e comprar um bezerro para repor o rebanho.

Tabela 2. Reposição Macho Nelore – 04/03/08

O que se vê no mercado, é um sentimento praticamente unanime de que a alta não vai parar por ai e que podemos esperar muito mais pela frente.

Em São Paulo, a oferta de todas as categorias é restrita e compradores precisam rodar bastante para conseguir bons lotes. Eduardo Zillo Bosi, de Lençóis Paulista, comenta que a procura tem sido muito grande o que faz os preços aumentarem. Ele comenta que garrotes e bois magros são as categorias mais difíceis de se encontrar e os preços estão cada vez mais altos. “Tem muito confinador esperando para comprar, acreditando que o preço vai recuar. Isso não vai acontecer, quem esperar muito vai ficar sem boi para colocar no cocho”.

Gustavo Pagliusi, pecuarista de Urupês, na região de São José do Rio Preto, comenta que não consegue mais encontrar lotes grandes, “para repor o rebanho estou comprando lotes picados”. Além da falta de animais ele reclama dos preços que estão sendo praticados, “hoje, qualquer bezerro vale R$ 500,00”. Pagliusi trabalha com recria, e engorda em confinamento, para este ano ele aposta na boa remuneração da arroba do boi gordo, “estamos animados, vamos confinar o quanto conseguirmos comprar”, completa.

No Mato Grosso do Sul, o volume de animais ofertados é um pouco maior, mas isso não está segurando a valorização dos preços. Em Campo Grande, bezerros desmamados, com 180 kg, valem R$ 550,00/cabeça, e bezerras da mesma era não saem por menos de R$ 320,00.

No Paraná, a alta também é constante. O leitor do BeefPoint, Gilmar Rodrigues, de Iporã comenta que bezerros com idade entre 8 e 12 meses foram negociados a R$ 605,00/cabeça, “Isso aconteceu num leilão de gado geral aqui em nossa cidade, no final do mês passado”. Marcelo Gonçalves Boskovitz, de Paranavaí, informa que na região bezerros Nelore desmamados valem R$ 550,00 e garrotes são negociados a R$ 700,00/cabeça.

A procura por todas as categorias de reposição continua grande em Goiás. No sul do estado, o bezerros foram cotados a R$ 430,00 e em Goiânia o preço dos garrotes gira em torno dos R$ 640,00.