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Respondendo ao Sr. Robert Foster sobre um eventual relaxamento do tratamento dispensado ao Brasil

Seria interessante lembrar ao Sr. Robert Foster que a comercialização e o uso de esteróides em rebanhos bovinos é terminantemente proibida em todo o território brasileiro. Este fato, isoladamente, já configura uma realidade diametralmente oposta à situação americana, onde os esteróides são utilizados livre e abundantemente no processo de engorda bovina. Sendo assim, não parece muito razoável exigir que nossa carne seja submetida exatamente aos mesmos níveis de controle que a americana.

Seria interessante lembrar ao Sr. Robert Foster que a comercialização e o uso de esteróides em rebanhos bovinos é terminantemente proibida em todo o território brasileiro. Este fato, isoladamente, já configura uma realidade diametralmente oposta à situação americana, onde os esteróides são utilizados livre e abundantemente no processo de engorda bovina. Sendo assim, não parece muito razoável exigir que nossa carne seja submetida exatamente aos mesmos níveis de controle que a americana. Seria como fazer a segurança do aeroporto de Guarulhos como o mesmo rigor que o aeroporto de Londres. Os dois são grandes, mas os riscos são muito diferentes.

Interessante ressaltar que o uso de rações com produtos de origem animal entre bovinos é terminantemente proibido pela legislação brasileira. Não se trata de redução do uso ou uso controlado, é proibido. É claro que devemos garantir que estes produtos não estão sendo usados, via um bom sistema de controle de comercialização. E isto esta sendo feito pelo MAPA e demais autoridades, e pelos próprios produtores que não querem estragar seu mercado adotando práticas proibidas. Pode parecer estranho aos olhos do Sr. Robert Foster, mas o produtor brasileiro costuma preferir seguir a lei.

Sobre as distâncias que os animais viajam para chegar aos abatedouros está aí mais uma típica barreira não tarifária. Todo produtor abomina a idéia de ver seus animais viajando longas distâncias. Todos sabemos do custo moral e econômico que longas viagens podem acarretar. Os produtores e a indústria do Brasil estão envolvidos numa importante luta pela interiorização da capacidade de processamento no país. Isto já é uma realidade nas regiões de engorda de bovinos, principalmente naquelas que originam gado para produção destinada à Europa.

Naturalmente para os pecuaristas de uma pequena ilha faz um tremendo sentido limitar o transporte dos animais ao abatedouro a alguns quilômetros. Faz mais sentido ainda caso o seu maior concorrente tenha dimensões continentais. Os animais vão gostar da compaixão demonstrada pelo Sr. Robert Foster mas, no final do dia, serão abatidos com a mesma dignidade em solo Irlandês ou Brasileiro. Em qualquer dos dois casos, provavelmente pelas mãos de um trabalhador brasileiro.

Cabe perguntar também como reagirão outros países europeus, notadamente os do Continente, sobre esta mesma questão. Por lá também é comum observarmos bezerros viajando boas distâncias até regiões de engorda, para então viajarem novamente até os locais de abate. Passear pela Europa pode ser mais chique, mas a viagem também é dura.

Por fim é importantíssimo informar que os estados de MS, SP e PR estão excluídos do grupo de fornecedores da Europa desde outubro de 2005. Assim, além de não produzirem nenhum kg de carne exportável para EU, estes estados não podem enviar gado para recria ou abate em outras unidades da federação, aceitas pela EU como fornecedoras. Que fique claro, o trânsito é proibido e o controle existente é bom (via GTAs e Unidades Veterinárias Locais). Além disto o sistema está sendo aprimorado com a entrada em vigor do novo SISBOV.

Parabéns ao Sr. Robert Foster por defender os interesses de seus representados. De nossa parte pretendemos seguir o bom exemplo.

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  1. Luiz A.M.Villela disse:

    Muito bem colocada a questão. De fato, não podemos esquecer que toda a aparente dificuldade que todas as missões DGSanco apresentaram desde 2000, que foi quando podemos dizer que realmente começou a se destacar a vocação brasileira de se tornar exportadora do melhor alimento do mundo, esses relatórios, na verdade, sempre foram uma verdadeira consultoria para a adequação de nossa produção.

    Porém, é preciso fazer a lição de casa em certos quesitos, e questionar com veemência tudo que seja inaplicável pela realidade produtiva brasileira, porém apresentando soluções que sejam eficientes, reais e transparentes. Estamos no caminho certo, tenho certeza. Quanto aos irlandeses, absolutamente nada contra, estes têm mesmo um espírito guerreiro, mas devem estar bem assustados, pois ´Brazil´, imbatível em sua produção, deve lembrar e aparentar-lhes ser como um novo Cromwell, e assim que pronto para tal, invadirá sem dó tanto seu reino como o resto do mundo, com sua carne magra, natural e saudável. Sua maior condição de defesa continua a ser a falta de retorno dos altos impostos que enfrentamos por aqui, seu oposto e forte item ainda a seu favor.