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Resultados operacionais da Marfrig melhoraram no 2o trimestre

À espera da conclusão da venda da Moy Park para a JBS, com a qual reduzirá a dívida bruta em cerca de US$ 1 bilhão, a Marfrig agradou ontem aos acionistas com bom desempenho operacional no segundo trimestre. Mas a empresa ainda fechou o período com prejuízo líquido de R$ 6,15 milhões, perda 90% abaixo do prejuízo de R$ 55,09 milhões registrado no mesmo trimestre do ano passado.

No mercado, já há quem vislumbre que a redução das despesas com juros que será conseguida a partir da venda da Moy Park para a JBS, por US$ 1,5 bilhão, faça com que a Marfrig volte a lucrar, ajudada também pelo melhor fluxo de caixa livre – R$ 136 milhões no segundo trimestre. Ontem, as ações da Marfrig subiram 4,7% na BM&FBovespa, a R$ 6,02.

Em relatório divulgado ontem, o BESI Brasil estimou que os recursos oriundos da venda da Moy Park reduziriam as despesas financeiras anuais da Marfrig entre R$ 142,7 milhões e R$ 249,5 milhões. Se essa redução já estivesse contabilizada, a companhia teria um lucro ajustado de R$ 42,4 milhões no segundo trimestre, projetou o BESI. A expectativa é que a venda da Moy Park seja concluída no fim de 2015.

No segundo trimestre, a receita líquida da Marfrig somou R$ 4,72 bilhões, alta de 24,8% ante os R$ 3,78 bilhões de igual período de 2014. Os números consideram as chamadas “operações continuadas”, sem a Moy Park. Na mesma base de comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 7,3%, para R$ 465,7 milhões. A margem Ebitda cresceu 1 ponto, para 8,8%.

Ajudada pelo impacto da valorização do real no segundo trimestre sobre a dívida em moeda estrangeira, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda em doze meses) da Marfrig caiu de 6,2 vezes para 4,8 vezes. Considerando a venda da Moy Park, o índice pro forma cai para 3,8 vezes

Na área de carne bovina, a Marfrig conseguiu ampliar em 7% o volume exportado a partir do Brasil no segundo trimestre, na contramão do que aconteceu com as exportações totais do país, que caíram 11,6% ante igual período de 2014.

No segundo trimestre, a Marfrig Beef também conseguiu elevar o índice de utilização de capacidade instalada de 66,9% para 82,9% e, nas últimas seis semanas, esse índice foi superior a 95%, afirmou ontem o CEO Martín Secco. Para conseguir esse desempenho, no entanto, a empresa fechou neste ano cinco frigoríficos no Brasil, o que representa 30% da capacidade total de abate. O fechamento dessas plantas provocou a demissão de 2,4 mil trabalhadores. Considerando também os cortes que a Marfrig Beef fez em outras áreas – especialmente, a comercial -, as demissões somam 4,5 mil.

Com corte de custos e melhor utilização de capacidade, a rentabilidade da Marfrig Beef aumentou, e a margem Ebitda ajustada da divisão atingiu 9,7% no segundo trimestre, ante 8,1% registrado no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Marfrig Beef totalizou R$ 250 milhões, incremento de 29%. A receita líquida da divisão, por sua vez, cresceu 9%, para R$ 2,5 bilhões.

Segundo Di Lorenzo, a divisão de bovinos ainda deve conseguir cortar mais custos ao longo do ano. Segundo ele, a companhia reduziu R$ 14 milhões em despesas no primeiro trimestre e mais R$ 23 milhões no segundo. Em todo o ano de 2015, a expectativa da Marfrig é obter uma redução de R$ 60 milhões a R$ 80 milhões em despesas.

Fonte: Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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