A tomada de decisão gerencial está ligada ao conhecimento e controle sobre a realidade da atividade desenvolvida. Tomar decisão baseada em informações extraídas dos dados coletados reduz a margem de erro na condução do sistema produtivo.
Nas diversas visitas a propriedades rurais interessadas em consultoria notamos que a maioria dos pecuaristas não utiliza essa ferramenta gerencial em sua atividade.
Entre a maioria dos produtores de pecuária de corte, o controle e a utilização do computador é um tabu. Tal resistência se baseia na complexidade dos controles necessários, devido ao ciclo longo, permanência dos animais na propriedade e principalmente a movimentação do estoque de animais que muda quase diariamente.
A estabilidade da moeda a partir de 1.994, trouxe perdas aos produtores que se acomodaram com a situação até então vigente, creditando como receita os ganhos com a aplicação financeira e correção automática do preço da @.
Os custos de produção em elevação e a queda real no valor da @ somente foram percebidas, quando o pecuarista se viu descapitalizado em seu rebanho, devido a falta de controles que a tempo originassem uma tomada de decisão gerencial preventiva e reparatória.
Surpreendidos pela redução dos rebanhos, muitos pecuaristas se viram obrigados a tomar atitudes sem planejamento algum, confiando na própria experiência ou adotando tecnologias, ditas inovadoras, que sacrificaram muitos pecuaristas.
A busca insana pela intensificação capaz de gerar altas produtividades, pregada por técnicos irresponsáveis, levou uma grande maioria a pagar caro para poder produzir.
Conheço casos reais de pecuaristas que venderam parte de suas fazendas para intensificar o remanescente e hoje se encontram em situação desoladora.
Hoje sabemos que devemos buscar a produtividade responsável onde o que interessa é o lucro, capaz de manter o produtor no campo produzindo de forma digna, respeitando a natureza e seus recursos.
O estreitamento da margem na atividade pecuária impossibilita a produção apenas com base na experiência do produtor ou na base de tentativa e erro.
As decisões devem ser precisas, motivadas por controles rigorosos que transformem os dados coletados em informações gerenciais capazes de gerarem avaliações objetivas.
Segundo Daniel Ingold, da Agribusiness de Campo Grande / MS, sem um diagnóstico preciso, corre-se o risco de tratarmos pneumonia com aspirina e gripe com uma dose cavalar de antibióticos.
O controle retrata a situação real da empresa, objetivando a utilização de técnicas gerenciais especificas para corrigir os rumos a serem adotados.
Bibliografia consultada
DBO, ano 21 – no 263 – pg.102