Ricardo Bürgi é engenheiro agrônomo, mestre em nutrição animal pela Esalq/USP e diretor da Bürgi Consultoria Agropecuária. Trabalha com consultoria em bovinos de corte há mais de 20 anos, atendendo confinamentos em diversos estados brasileiros. Nesta 1ª parte da entrevista ele fala sobre as mudanças no modelo de confinamento empregado hoje no Brasil, os desafios enfrentados em 2009 pelo setor e perspectivas para 2010. Assista o vídeo desta entrevista.
Ricardo Bürgi é engenheiro agrônomo, mestre em nutrição animal pela Esalq/USP e diretor da Bürgi Consultoria Agropecuária. Trabalha com consultoria em bovinos de corte há mais de 20 anos, atendendo confinamentos em diversos estados brasileiros e outros países da América do Sul. Possui farta experiência em projetos pecuários, alimentação e manejo animal. Nesta parte da entrevista ele fala sobre as mudanças no modelo de confinamento empregado hoje no Brasil, os desafios enfrentados em 2009 pelo setor e perspectivas para 2010.
“A vantagem principal do confinamento é a redução do ciclo de produção, uniformidade na terminação dos animais e liberação de espaço nas pastagens durante a época da seca – uma época critica para a engorda de bovinos a pasto. Recentemente os projetos estão valorizando mais questões ligadas ao desempenho e eficiência na produção, deixando de lado o foco na especulação de preços”.
“Hoje o sucesso do confinamento depende de uma boa conversão alimentar e de um custo do ganho baixo, porque o diferencial de preços da safra e da entressafra reduziu e a tendência é que reduza ainda mais”.
“O confinamento tem se mostrado uma ótima ferramenta estratégica quando inserido em um projeto de ciclo completo”.
“Nos últimos anos tem crescido o enfoque estratégico do confinamento, a qualidade do maquinário para mistura e distribuição de rações e as técnicas de gestão e controle tem apresentado grande desenvolvimento”.
“O confinamento pode ser usado também em pequena escala, claro que quanto mais animais estiverem dentro do sistema mais diluídos serão os custos fixos”.
“Em 2009, um dos principais problemas foi a reposição. Foi bem complicado adquirir os animais que seriam engordados e muitos confinadores não conseguiram completar suas metas devido essa dificuldade”.
“A crise econômica trouxe problemas ao setor, mas do ponto de vista da produção o resultado foi satisfatório. Tivemos um custo da arroba engordada girando em torno de R$ 55,00 a R$ 65,00, então mais ou menos o confinamento empatou ou trabalhou com pequenas margens, mas não deu prejuízo”.
“Em geral, as boiadas que entraram no confinamento em 2009 foram de animais mais novos e de pior qualidade”.
“Há 5 ou 6 anos ainda não observamos um movimento característico de retenção de matrizes. Assim a oferta de bezerros segue reduzida e deve continuar dessa forma causando dificuldade na reposição por algum tempo ainda”.
“Hoje estamos trabalhando de forma conservadora, pensando que no final do confinamento de 2010 iremos vender o boi no mesmo preço que estamos vendo agora, de R$ 70,00 a R$ 75,00. Do lado da dieta, parece que este ano teremos grãos baratos que irão viabilizar novamente as dietas com altos níveis de concentrado”.
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Ricardo Bürgi é instrutor do Curso Online AgriPoint Confinamento: manejo para aumento da produtividade, que terá início no próximo dia 18 de fevereiro e já está com as inscrições abertas.
Conforme ele salientou na entrevista, atualmente a margem de lucro do confinamento se estreitou e o bom desempenho técnico passou a ser determinante para uma boa rentabilidade, já que esta pode ser considerada uma atividade de alto risco. Apesar das inúmeras vantagens que a engorda no cocho pode proporcionar, sabemos que sua implantação exige maiores investimentos em instalações, maquinário e gestão de todos os processos, assim é preciso conhecer bem a atividade e planejar corretamente para garantir a eficiência e o sucesso do projeto.
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