O ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, concedeu esta semana uma entrevista à revista Carta Capital. Entre outros assuntos, revela que não irá permanecer no cargo após 2006, com ou sem reeleição. “Eu não quero continuar e tenho certeza de que ele (Lula) não vai querer que eu fique”, afirmou.
Durante a conversa, falou da crise no setor em 2005 (fazendo referência à febre aftosa), das mudanças que implementou e das fraquezas existentes no Mapa. Apontou alguns problemas relacionados ao Ministério. A última reforma no Ministério foi realizada há mais de 30 anos. Portanto sua estrutura não teria acompanhado as transformações ocorridas no agronegócio.
Criticou a separação entre a Agricultura Familiar e o Agricultura convencional, promovida no governo FHC, através da criação dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
Entre os avanços atribuídos ao seu mandato, ele citou a modernização dos laboratórios, necessidade que se tornou urgente após o surgimento da aftosa, a implementação do seguro rural em 2005 e a criação da secretaria de relações internacionais e da área de planejamento estratégico.
“Achava que seria o melhor ministro da agricultura da história do Brasil, mas os recursos são insuficientes”, disse.
Segundo ele, as deficiências, como a defesa sanitária, não dependem apenas de recursos financeiros, “mas também de gente treinada, de transformar o ministério em uma ouvidoria desses fiscais”.