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Rodrigo Paniago: não se pode exigir a adoção de tecnologias de ponta se a equipe não estiver preparada para operá-las

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Rodrigo Paniago, um dos finalistas na categoria Gestão em Confinamento.

Boviplan

Rodrigo Paniago possui graduação em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP (1998), com especialização em Produção de Ruminantes pela mesma instituição (2006). Atualmente, é sócio-diretor da Boviplan Consultoria Agropecuária Ltda e presidente da Associação dos Profissionais de Pecuária Sustentável – APPS.

Já desenvolveu projetos de produção pecuária intensiva em diversas regiões do país e também no exterior, além de projetos de pesquisa e desenvolvimento da cadeia produtiva de biomassa para geração de energia renovável. Atua principalmente nos seguintes temas: produção intensiva de ruminantes, integração lavoura e pecuária e projetos agropecuários.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Rodrigo Paniago: Planejamento, pois é ele que garante o lucro. Com planejamento é possível prover a infraestrutura necessária, capacitar a mão de obra, realizar a aquisição dos insumos com preços adequados e estabelecer de forma coerente as metas de produção para que o resultado esteja dentro do esperado.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Rodrigo Paniago: Gestão de processos. Ainda observamos muito amadorismo na operação dos confinamentos. É importante se antecipar na resolução dos problemas, muito poucas empresas da área possuem mapas de riscos operacionais com protocolos pré-definidos e transparentes para os envolvidos, a fim de que as soluções possíveis possam ser aplicadas em tempo hábil. Vale lembrar que o tempo médio de confinamento no Brasil é menor do que em países como os Estados Unidos, o que torna este tipo de gestão ainda mais importante.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?

Rodrigo Paniago: A maioria dos projetos de confinamento que implantamos nos últimos anos tinha como objetivo a intensificação da produção pecuária das fazendas assistidas pela Boviplan. Desta forma, as vantagens adquiridas por estas propriedades com o uso do confinamento não ficaram restritas à redução do tempo de abate dos animais e aumento do giro de vendas, mas também no aumento de lotação das pastagens, ou seja, ganhos diretos e indiretos de escala de produção.

O uso desta tecnologia permitiu saltos em produtividade que jamais seriam possíveis com a produção exclusiva a pasto, garantindo o sucesso técnico e econômico de todos os empreendimentos onde foi implantada. Portanto, encaramos o confinamento também como uma ferramenta de intensificação da produção a pasto, ou seja, atividade meio e não só como atividade fim, na produção de bovinos para abate.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Rodrigo Paniago: Em 2012 demos mais atenção à capacitação da equipe de gestão e de operação dos nossos clientes. Não se pode exigir a adoção de tecnologias de ponta, bem como resultados à altura das mesmas se a equipe que lida no dia a dia não estiver devidamente preparada, tanto para absorver as tecnologias e também para operá-las com eficiência. Uma equipe capacitada reduz custos, promove ganhos em eficiência e colabora na solução antecipada de problemas operacionais.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

Rodrigo Paniago: Promover melhorias no processo de engorda do período anterior à entrada no confinamento, a fim de promover maior eficiência na terminação dos animais confinados. Como o período de confinamento é muito curto, podemos melhorar ainda mais a margem dos nossos clientes realizando diferentes estratégias de suplementação a pasto. E também intensificar a capacitação da equipe dos nossos clientes, pois acreditamos no processo de melhoria continua da qualidade da mão de obra.

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Rodrigo Paniago: Que dediquem mais atenção na gestão, especialmente no tocante ao planejamento e capacitação da mão de obra, pois esta é uma das melhores alternativas para se conquistar ganhos de eficiência e com isso a sustentabilidade no seu negócio.

Confira a Programação do Interconf 2013

Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.

1 Comment

  1. celso de almeida gaudencio disse:

    Interessante a afirmativa que o confinamento aumenta a lotação da pastagem. Por certo a pastagem aumenta o aporte forrageiro. No giro maior de vendas pelo abate precoce, no planejamento deve ter sido considerado o imposto de renda sobre o faturamento.