O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, admitiu que a contribuição do agronegócio para o Produto Interno Bruto (PIB) não terá a mesma expressão este ano do que teve em anos anteriores. Ele confirmou que a queda de faturamento bruto para a agricultura deverá ser superior a R$ 13 bilhões este ano, agravada pela elevação dos custos de produção.
Hoje, o IBGE divulgou os dados que confirmaram um crescimento de 3,4% do PIB do primeiro semestre ante igual período de 2004, acumulando no período R$ 918,6 bilhões. No segundo trimestre de 2005, o PIB atingiu R$ 480,4 bilhões, confirmando o crescimento de 1,4% ante o primeiro trimestre. De acordo com o ministro, entretanto, alguns produtos especialmente café, açúcar e carnes podem recuperar parte da receita ao final do segundo semestre. “Embora a participação agrícola no PIB seja menor, ela será ainda muito expressiva, muito próxima a um terço como tem sido tradicionalmente”, afirmou.
O ministro foi ontem a Belo Horizonte para instalar a Câmara Temática de Infra-estrutura e Logística que estará vinculada ao Conselho do Agronegócio e vinculada ao Ministério da Agricultura. Conforme Rodrigues, a redução da renda do produtor, em função da quebra na safra de grãos, deverá provocar não apenas uma redução da área plantada, de aproximadamente 5%, como também uma perda no padrão tecnológico e na produtividade. Por causa disso, ele não acredita em possibilidade de apagão logístico para o escoamento da próxima safra.
“A próxima safra ainda não será uma safra de apagão logístico, porque a crise agrícola este ano é brutal. A expectativa que eu tenho é que nesta câmara surjam propostas e idéias de políticas públicas, mas também de ação privada para reduzir o problema da logística no Brasil”, afirmou.
Para presidente da Câmara de Infra-estrutura “pro tempore” foi indicado Paulo Protásio, presidente da Associação Nacional de Usuários de Transporte de Carga (Anut). Já para a secretaria executiva foi nomeado Biramar Nunes da Silva, vinculado à infra-estrutura do Ministério.
Fonte: Estado de São Paulo/Agronegócios (por Raquel Massote), adaptado por Equipe BeefPoint