Rodrigues pede R$ 78 mi para reforçar combate à aftosa
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Por falta de aviso não foi!
17 de outubro de 2005

Rodrigues e Lula darão explicações na Rússia

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, anunciou ontem que estará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Moscou, na próxima terça-feira, para explicar detalhadamente às autoridades russas as medidas adotadas pelo Brasil para erradicar o foco de febre aftosa registrado no município de Eldorado, no Mato Grosso do Sul, no último dia 7.

Ele disse ainda que está negociando com a área econômica do governo a liberação de R$ 78 milhões do orçamento da defesa agropecuária que foram contingenciados no início do ano. Até agora, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão liberou R$ 91 milhões, dos quais R$ 50 milhões já foram empenhados em ações de sanidade animal e vegetal.

A preocupação do governo em explicar as medidas de controle do foco à Rússia deve-se ao fato de que aquele mercado é o segundo maior importador de carne bovina brasileira, atrás apenas da União Européia. A Rússia suspendeu as importações de carnes em geral, procedentes do MS. “Vamos mostrar aos russos as providências tomadas no caso”, adiantou o ministro.

Segundo ele, o MS adotou todas as ações recomendadas pelos organismos internacionais de epizootias para erradicar a doença, como a interdição da propriedade e dos quatro municípios situados num raio de 25 km de Eldorado, além do sacrifício de quase 600 bovinos da fazenda e da proibição do trânsito de animais, produtos e subprodutos da região para outras localidades.

Caso sejam liberados os outros R$ 78 milhões para a defesa agropecuária, o ministério recuperará todo o orçamento previsto para o setor em 2005, de R$ 169 milhões.

Rodrigues assinalou que o descontingenciamento integral permitirá fazer novos investimentos na rede oficial de laboratórios agropecuários, além de reforçar os serviços estaduais de sanidade animal e vegetal. Ele ressaltou ainda que as ações de defesa sanitária não são de competência exclusiva do governo federal.

“Ao contrário. Por meio de delegação dada pela União, elas são de responsabilidade dos governos estaduais e devem ser supervisionadas pelo governo federal. Esse trabalho deve ser feito sempre em conjunto e harmoniosamente por todos”.

Comitês

Hoje, durante reunião entre representantes do ministério e dos estados, serão criados dois comitês. Um grupo será formado por técnicos do ministério e ficará encarregado de acompanhar todas as ações tomadas em relação ao foco de Eldorado.

O outro será composto pelo ministério, governos estaduais, parlamentares e setor privado e vai estabelecer quais as medidas a adotar sobre a questão em três níveis: local, nacional e internacional. “Esse grupo definirá como funcionarão as missões internacionais e como serão respondidos os questionários a serem enviados aos países importadores”, informou Rodrigues. Para ele, é crucial identificar a causa da doença. “Temos que parar com os “achismos” e tratar o assunto tecnicamente”.

Ontem pela manhã, Rodrigues se reuniu com governador do MS, José Orcílio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e representantes dos serviços estaduais de agropecuária e do setor produtivo. No encontro, eles reafirmaram a necessidade de estabelecer uma parceria efetiva entre os governos federal, estaduais e municipais e a cadeia da bovinocultura para tratar da sanidade animal como questão de Estado.

As autoridades sul-matogrossenses também pediram que o governo federal defina normas padrões para serem adotadas por todos os estados em relação a uma área eventualmente afetada pela doença. De acordo com Zeca, o MS deve perder cerca de R$ 10 milhões mensais com a proibição da saída do gado em pé do seu território.

Fonte: Mapa e O Estado de S.Paulo (por Fabíola Salvador, com colaboração de Lu Aiko Otta, Denise Chrispim Marin e Renata Veríssimo), adaptado por Equipe BeefPoint

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