Ronaldo Carvalho Santos, leitor BeefPoint, comentou sobre a notícia Relatório Amigos da Terra: um terço da carne que chega à mesa do brasileiro não passa por inspeção. Leia na íntegra:
“A omissão dos consumidores e o interesse político retrogrado dá suporte à máfia que domina a cadeia produtiva do setor de carnes e derivados. Verdadeira fortuna tem se destinado e liberado aos Estados e Municípios para executar por delegação de competência, atividades que em tese seriam privativas do Governo Central.
A Defesa Animal, e a Inspeção de Produtos Animais e Derivados, recebem repasses Federais e, Estados e Municípios devem ser responsabilizados pelos crimes contra a Saúde Pública. Que se investigue o uso das verbas e, onde foram aplicadas, inclusive na construção e, reforma de Matadouros (Pocilgas) Municipais. Como foram construídos, quem aprovou os projetos e, se os recursos foram legalmente usados, como, para que e, por quem foram contratados Veterinários destinados à Defesa e Inspeção, bem como carga horária salários e editais de concurso público, e como se deram as investiduras nos cargos. Se efetivamente seriam os profissionais pagos pelos Estados e ou Municípios, ou se pelas empresas “Fiscalizadas”.
As deformações na cadeia produtiva, não a legal mas a marginal, responsável pela vergonha e descrédito do Brasil perante as outras Nações, os crimes praticados, inclusive a omissão, urgem ser apurados. Ação conjunta do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Ministério Público , ONG Amigos da Terra e ABRAFRIGO, é um caminho a ser tentado”.
12 Comments
Ontem (11/04/2013) assisti na TV Record (Nacional e a Internacional) uma reportagem sobre esse assunto e fiquei preocupado.
A pergunta é?
Será que os Prefeitos, Governadores e em especial a Presidente Dilma assistiu as reportagens?
Será que estas carnes chegam nos seus Palácios?
Imagine o que está pensando os que vem ao nosso País.
Vamos ver o que acontece!
Adailson Freire
Só não ve quem não quer.
Aqui no MT, os estabelecimentos com inspeção estadual são um claro exemplo disto, há alguns anos atrás um iluminado presidente do INDEA (Dr. Décio Coutinho), matou dois coelhos com uma paulada só.
Na falta de veterinários estaduais para a inspeção nos frigoríficos, o Ilustre presidente decretou que uma cooperativa de Veterinários assumisse a inspeção estadual, assim resolveu o problema de pessoal e dos frigorificos, ja que a cooperativa é paga pelas industrias, ou seja, a “fiscalização” é realizada por ordem e pagamento dos fiscalizados.
E assim vamos fazendo de conta que fiscalizamos e as industrias fazendo de conta que estão sendo fiscalizadas.
Este é o nosso Brasil “um pais de fazer de conta” quase a Ilha da fantasia.
Perfeita a colocação do Ronaldo Santos – mas infelizmente sempre foi assim é um problema cultural do brasileiro e nao tenho esperanças que isto possa mudar um dia….como nao tenho esperanças que mude a corrupçao endemica neste país, cujo dinheiro sujo desviado pelos politicos corruptos ajudaria e muito a dar cultura a este povo, para que estas barbaridades deixem de existir – mas existe alguem neste país que tenha esperanças que tudo um dia va melhorar? Duvido !! e gostaria de ouvir mais comentarios a respeito !!!
Parabéns ao Ronaldo Santos pelas considerações!
Acredito ser oportuno lembrar das exigências da união européia para importação de nossa carne “in natura”, enquanto os consumidores brasileiros se deparam diariamente com esses absurdos.
Peço licença ao Carlos Massotti e, lembro que toda regra tem exceção, porém, o sentimento que temos é que a corrupção passou a fazer parte do DNA da classe política atual.
Abraços a todos!
A democracia é um regime politico onde a maioria opinante é que determina os rumos que a sociedade deve seguir.Se não vejamos, agora mesmo está sendo realizado uma operação padrão em fabricas clandestinas de bonés etc, com a finalidade de coibir os descaminhos da falsificação e fraude contra os interesses do consumidor e da arrecadação fazendária.Agora se realmente estes órgãos mencionados pelo Ronaldo dessem as mãos e botassem a boca no trombone,com certeza algum resultado positivo aconteceria.Se for contar com reportagens isoladas sem a participação do consumidor o resultado todos nós já conhecemos.
Coloca-se a culpa de todas as mazelas nos governos federal, estadual e municipal, mas eu quero fazer uma pergunta a todos: Até quando a população vai esperar que os governos façam algo que eles já demostraram que não irão fazer faz 513 anos? Se queremos que seja feito, agrupemos forças para pressionar até que seja feito, ou que seja feito por nós mesmos. Não adianta esperar nada de ninguém a não ser de nós mesmos e da força que temos JUNTOS, UNIDOS.
O comentario de Jose Moglia é revelador.
O jeitinho deu certo. Fiscalizar pra quê? Não é Dr. Coutinho? Imagine descartar carcaças..
Melhor vendê-las. Resta avisar os clientes (a imprensa está fazendo isto).
A nós membros da cadeia da carne – do produtor ao varejista e exportador – cabe a perplexidade, e a consciência dos motivos do atoleiro secular que nos encontramos.
Então, a participação dos formadores de opinião e Jornalismo Investigativo. já apresenta os primeiros resultados. Como podemos ver no comentário de JOSE MOGLIA, já se pode materializar como agem os mafiosos. As provas de que existe o pagamento do Fiscal sim pela “Fiscalizada”. Conluio entre Pseudo Cooperativa (artifício de burla) Administração Pública e Abatedouros, no intuito de comprar favorecimento nos atos de Fiscalização.
Esta forma organizada de burla à Lei tem classificação e, é crime.
Com relação as mazelas nos abatedouros municipais, temos vários culpados…
O primeiro é a administração pública como um todo, Federal, Estadual e Municipal, pois se formos falar de corrupção cada brasileiro escreve um livro…
O segundo são os varejistas, açougues com pouca ou nenhuma higiene, que concordam com essas práticas…
O terceiro mas não menos culpado é o produtor e o consumidor que em muitos casos conhecem essa realidade…
O Brasil é o maior e melhor produtor de carne do mundo, no entanto essa “qualidade” está na mãos de poucos grupos …, muitos deles financiados pelo governo, que também não querem que pequenos cresçam, pois haveria uma concorrência mais leal.
A minha sugestão para o problema se é que os governos querem resolver, seria a formação de cooperativas de produtores, com suporte do poder público. Pois além de atender a necessidade de descarte dos pequenos produtores, tem que se ter qualidade e confiança no produto final. Agora pergunte se os grandes grupos frigoríficos gostam dessa idéia….
Parabéns Ronaldo Santos pela sua colocação , esse tipo de problema existe sim , acho até que nos poderemos mudar isso, o problema existe , então vamos pensar assim , quem fornece esse produto para esse tipo de mercado ?. Acho que primeiramente deveríamos mudar o conceito do pecuarista em relação a segurança alimentar, ou seja oque nos sabemos sobre isso ? segurança alimentar que certamente é a característica mais valorizada pelo consumidor. O produtor rural precisa enxergar sua real responsabilidade para com este tema de que forma ele possa contribuir da “porteira para dentro” para oferecer uma carne segura, de qualidade e que não transmita doenças ao homem. Que pode ser consumida sem risco algum para o seu bom estado de saúde. Essa consciência precisa estar além do dono da fazenda. Para que se atinja por completo a segurança alimentar é fundamental a compreensão e o engajamento da equipe de lida com gado. Os peões precisam saber que estão produzindo alimento e que a forma como lidam com os animais influencia diretamente na qualidade do que chega à mesa do consumidor.
Meu nome é Diogo Missassi , Medico Veterinário e venho falando sobre isto diretamente para produtores e sua equipe nas fazenda .
O problema é realmente muito crítico, mas tenho uma ressalva.
Não há qualquer repasse de verba às inspeções estaduais ou municipais. Se há algum tipo de liberação desse tipo é para construção de matadouros para atender interesses políticos. A única verba que estava sendo liberada para implementação do SISBI foi cancelada.
A cadeia da corrupção é conhecida, mas os corruptos não conhecem a cadeia. A democracia é o poder da maioria, e, a maioria, hoje em dia, corre o risco de errar, mas, infelizmente suponho que esta maioria seja corrupta; então, corrupto julga corrupto, e acontece o que constatamos diuturnamente: trata-se de ação entre amigos.