O objetivo deste artigo é primeiramente fazer uma caracterização do Estado de Rondônia e em segundo plano, mostrar o que se busca quando se fala na campanha Rondônia: Estado natural da pecuária.
O objetivo deste artigo é primeiramente fazer uma caracterização do Estado de Rondônia e em segundo plano, mostrar o que se busca quando se fala na campanha Rondônia: Estado natural da pecuária.
O estado de Rondônia faz divisa com o estado do Amazonas, Acre, Mato Grosso e uma grande fronteira com a Bolívia. Possui 52 municípios e sua capital é Porto Velho.
O grande diferencial do mercado de Rondônia é a exuberância natural e a riqueza dos recursos naturais do estado, em que o crescimento do pasto é muito bom pela quantidade de luz recebida para energia fotossintética. São esses elementos que capacitam a produção animal a pasto como o grande potencial. Porém, cada vez mais o produtor rural precisa aprender como extrair esses recursos da natureza de forma sustentável.
Gradualmente, durante os últimos 5 anos, Rondônia está passando por um processo de difusão e adoção de tecnologias que mostra a grande diferença do estado para se tornar cada vez mais capacitado e competitivo no mercado. E é dentro desse contexto que se originou a campanha publicitária e educadora de Rondônia, visando o crescimento vertical.
Quanto ao perfil da pecuária no estado, o rebanho bovino é represenado por 11.119.946 cabeças, tendo 102.361 propriedades rurais, com uma média de 139 bovinos por propriedade (Agência IDARON). Fazendo-se uma estratificação das propriedades com bovinos, pondera-se que 90% das propriedades da região são compostas por pequenas propriedades. Com isso pode-se ter uma idéia do tamanho do problema social gerado, caso o estado aplique nas pequenas propriedades o rigorismo do Código Florestal proposto.
Ainda dentro do perfil pecuário, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vemos que 30% do rebanho total é correspondente a pecuária leiteira, com a produção crescendo anualmente pelo aumento do potencial produtivo. Quanto a produção de carne bovina, o ano de 2008 fechou com valores de 423.836 ton/Eq Carcaça.
Quando o assunto é exportação de carne, o estado que mais ganha com a exportação no Brasil é o estado de São Paulo, exportando US$ 2.373.012.708, ficando Rondônia em quinto lugar com o equivalente a US$ 348.066.474 (MAPA / SECEX). Levando em consideração quanto representa o percentual da exportação de carne sobre o total do percentual exportado por cada estado, Rondônia é o estado em que o mercado da carne é o mais significante para a receita do estado, representado por aproximadamente 60%. Isso mostra a dependência do estado pela atividade pecuária, motivando-o a tomar medidas para cada vez mais aumentar a produtividade do rebanho.
Rondônia está no mercado pecuário há apenas 30 anos, sendo que em 1999 apenas 0,6% de tudo que se exportava era carne bovina contra 78% de madeira. Pela necessidade que os produtores viram de conter a derrubada da floresta, isso se inverteu, sendo as exportações hoje representadas por 59% de carne bovina e 17% de madeira (SECEX 2008).
É importante comentar que o que hoje se exige em relação a questão ambiental, foi exigido há dez anos atrás em relação a questão sanitária, provando que no futuro outras barreiras virão e terão que ser derrubadas. Dentro desse contexto Rondônia teve o grande desafio de erradicar o vírus da Febre Aftosa no estado, sendo esse um fator muito difícil de ser controlado. Porém, por um grande emprenho conjunto, 1999 foi o ano em que se teve o último registro de Febre Aftosa no estado e por consequência, em 2003 ele foi reconhecido como área livre de Aftosa com vacinação. É nessa linha que em 2009 comemora-se os 10 anos sem Aftosa em Rondônia. É com o mesmo emprenho, ou talvez maior, que o estado luta na questão ambiental para se tornar sustentável.
A pauta da sustentabilidade que hoje é tão discutida e buscada não é em vão. As produções tem que ser sustentáveis por convicção da população de cuidar e salvar o planeta, pelo futuro das próximas gerações, pela saúde do nosso negócio e porque os clientes querem, o fator que mais pesa para todos.
O cenário que se vê hoje é que 66,43% das florestas do estado estão preservadas e 33% foram derrubadas (SEDAM). É relevante comentar que o estado de Rondônia foi construído numa historia de colonização, em que a grande maioria da população que migrou para lá a partir de 1970 foi convocada através de diretrizes públicas para ocupar tais terras. O INCRA estava doando terra para transformar floresta em agropecuária dentro do lema: “Integrar para não entregar”. Vemos assim que hoje os produtores são colocados na ilegalidade, sendo que antigamente atenderam um chamado da nação brasileira.
Por isso, a FEFA-RO (Fundo de Apoio a Defesa Sanitária Animal do Estado de Rondônia) e seus parceiros resolveram realizar a campanha “Rondônia: Estado Natural da Pecuária” que tem uma missão dupla. Primeiramente a campanha trabalha com a publicidade esclarecendo a atuação de Rondônia no mercado e num segundo ponto tem uma missão educadora, conscientizando o produtor rural quanto as necessidades de mudanças para se enfrentar os desafios da cadeia da carne.
Desde 2006 o governo do estado vem tomando iniciativas públicas pró-desenvolvimento sustentável, mostrando aos produtores que para aumentarem suas produções eles não devem desmatar e sim adubar o que se tem. Os programas criados foram:
Programa de recuperação das matas ciliares (SEDAM) que trabalha com doação de mudas;
Programa de mecanização agrícola – PROMEC (SEAGRI),com empréstimo de máquinas;
Projeto solo fértil (SEAGRI) em que doa-se calcário e alguns fertilizantes aos produtores;
Projeto de integração lavoura-pecuária-floresta (EMBRAPA).
Percebe-se então que, para se ter uma produção sustentável é necessário que se passe por um processo lento e gradual, que se trata ainda de um processo educativo em que os produtores devem ser conscientizados da necessidade de serem sustentáveis. Acredita-se que o problema da sustentabilidade não será resolvido com processos punitivos que colocam os produtores na ilegalidade fazendo-os pagar multas.
“O futuro não é previsto; ele é preparado.” Maurice Blondel.
O FEFA-RO é uma entidade civil, sem fins lucrativos, com duração por tempo indeterminado, representativa do setor produtivo, constituído com a finalidade de apoiar às ações de defesa sanitária animal e o desenvolvimento da pecuária rondoniense.
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Parabéns pela iniciativa!
Parabens a todos do setor que lutam por melhorias…
todos nós envolvidos com o Agronegocio temos o dever e obrigacao de mostrar essa Rondonia para todo o Brasil. Parabens pelo trabalho
Prezado LUIS ANTONIO BASSETTO, como um integrante de RO, nos ajude nessa cruzada; voce conhece o Estado. divulgue-o.
grande abraço.