Após um acordo com o Ministério Público Federal, a Associação Brasileira de Angus (ABA) irá modificar os rótulos das carnes da raça para constatar a presença de outros tipo de gado no produto. As embalagens deverão conter a informação de que ao menos 50% da carne comercializada tem o genoma Angus, segundo o MPF.
“Produzida de acordo com o Protocolo Angus, contendo no mínimo 50% de sangue Angus e suas cruzas” é o que deverá constar nos novos rótulos.
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em junho do ano passado, havia feito uma representação junto ao MPF contra a ABA. No documento, a entidade pedia o reconhecimento da presença de gado zebuíno na carne que era comercializada como sendo Angus.
Segundo o MPF, estudos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que constam nos autos do processo, a composição média desse tipo de carne comercializada no Brasil é de 57% da raça Angus, sendo os 43% restantes Nelore, um gado zebuíno.
Para o MPF, a ausência do novo rótulo estaria levando os consumidores ao engano e violando normas do Ministério da Agricultura e Pecuária, segundo as quais as embalagens não podem trazer “informações falsas, incorretas, insuficientes, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo ou qualidade”.
Fonte: O Globo.