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RS aguarda relatório de visita da União Européia

A missão do comitê veterinário da União Européia que inspecionou frigoríficos e examinou documentos sobre os procedimentos adotados no combate à aftosa no Rio Grande do Sul, semana passada, vai produzir em dez dias um relatório preliminar sobre as ações sanitárias desenvolvidas. Antes, o Ministério da Agricultura encaminhará à Bruxelas, sede da entidade, um documento contendo respostas às dúvidas levantadas pela equipe. Na seqüência, em 13 de novembro, autoridades brasileiras se reunirão com os técnicos, também em Bruxelas, para discutir o relatório final. As expectativas do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Carlos de Oliveira, quanto à reabertura do mercado europeu à carne in natura gaúcha são otimistas.

Segundo o dirigente, os técnicos retornaram satisfeitos e o governos está trabalhando para agilizar os procedimentos. Mais confiante, o diretor do departamento de produção animal, Rui Vargas, prevê que a liberação ocorrerá em novembro. O Ministério da Agricultura negocia com a UE um acordo de equivalência, que implica a uniformização das normas e procedimentos de controle sanitário. “Desde o surgimento de casos de aftosa e ‘vaca louca’ a UE ficou mais exigente em relação a seus fornecedores” informou o secretário.

Sorologia:

Segundo o conselheiro econômico da União Européia, Stefano Gatto, durante audiência com o vice-governador Miguel Rossetto e com o secretário da Agricultura e Abastecimento, José Hermeto Hoffmann, ocorrida na manhã do dia (26), no Palácio Piratini, a retomada das exportações da carne gaúcha para a Europa depende apenas do resultado favorável da sorologia do gado, indicando que não há mais presença de febre aftosa no Rio Grande do Sul – competência de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Gatto assinalou que dois terços das exigências da UE já foram atendidos, faltando apenas a comprovação, através de sorologia, de que não há mais focos de aftosa no RS. Ele elogiou a vacinação e o controle feito nas barreiras sanitárias implementadas pelo Governo do Estado. Dos três pontos mais importantes analisados, dois causaram satisfação à comitiva: a comprovação da não existência de foco desde 18 de julho, controle da circulação de animais na área infectada, com as 67 barreiras sanitárias instaladas pelo governo gaúcho e a realização da sorologia.

Quanto à realização dos exames sorológicos, das 80 mil amostras exigidas pelo Mapa, já foram coletadas 72 mil. Segundo o secretário Hoffman, há uma certa preocupação no que diz respeito ao número de amostras analisadas. Segundo o secretário, o Uruguai teve a exportação de sua carne bovina liberada, apresentando a análise feita em menos de cinco mil amostras. “E o Uruguai teve mais de dois mil focos da doença, espalhados por todo o país, quando aqui no Estado apenas seis municípios registram focos da doença. Além disso, o último foco de febre aftosa naquele país ocorreu há apenas 30 dias, enquanto o Rio Grande do Sul está há mais de 100 dias sem focos”.

Hoffman destacou a necessidade de urgência, pelo Ministério da Agricultura, de concretizar a análise da sorologia, já que a decisão para a liberação do produto gaúcho, pelo Comitê Veterinário da União Européia, se dará nos dias 12 e 13 de novembro, durante reunião em Bruxelas. “Agora, a prioridade é unir forças para não perder esse prazo, pois o Ministério pode utilizar os quatro laboratórios que possui – em Porto Alegre, Belém do Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais para realizar as análises em poucos dias”, ponderou o secretário. O mais difícil foi a coleta de sangue, e essa etapa já está praticamente concluída, finalizou.

Fonte: Governo do Rio Grande do Sul e Gazeta Mercantil (por Luiz Guimarães), adaptado por Equipe BeefPoint.

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