A entrada de 65 toneladas de costela bovina de Rondônia no RS, destinadas ao frigorífico Mercosul está sendo contestada pelos representantes de frigoríficos e de distribuidores de carne, já que o ingresso contradiz portaria da Secretaria da Agricultura que proíbe a entrada de carne com osso.
A entrada de 65 toneladas de costela bovina de Rondônia no RS, destinadas ao frigorífico Mercosul está sendo contestada pelos representantes de frigoríficos e de distribuidores de carne, já que o ingresso contradiz portaria da Secretaria da Agricultura que proíbe a entrada de carne com osso.
Segundo notícia do Zero Hora/RS, as carretas entraram durante o mês de dezembro, inicialmente com autorização verbal das autoridades estaduais e, depois, com autorização escrita. “Para nossa surpresa, a secretaria tornou a portaria flexível sem comunicar a ninguém”, criticou o diretor-executivo do Sindicato da Indústria da Carne, Zilmar Moussalle.
O secretário da Agricultura, Quintiliano Vieira, disse que outros distribuidores também podem buscar carne em Rondônia, mas admitiu que a situação das regras federais fragiliza o estado. Segundo a instrução do Mapa, só Rondônia, Acre e dois municípios do Amazonas estariam aptos a enviar carne com osso para o Rio Grande do Sul.
0 Comments
Já era de se esperar que isso viesse à acontecer. Graças à esta portaria, vínhamos sendo melhor remunerados pelo nosso gado gordo, através da proibição da entrada de carne com osso de outros estados.
Motivados um pouco pela escassez, e outro pouco pela indefinição e brechas que existem na portaria, os frigoríficos vão se aproveitando e colocam em risco a sanidade de nosso rebanho e vão voltar a jogar o nosso preço para baixo.
O que não era de se esperar, é que o frigorífico Mercosul, que vem se constituindo em um importante parceiro dos pecuaristas no Rio Grande do Sul, é que fosse o primeiro à aproveitar-se desta brecha.
Acredito que muitos produtores ficarão ressentidos com a atitude do Mercosul, e nesta hora é que fazem falta outros grupos para concorrer com este importante grupo frigorífico do estado, para deixarmos de fornecer nossa matéria prima para aquele que acreditávamos ser nosso parceiro, mas que na verdade, não passa de mais um aproveitador.
Repudio a atitude do Mercosul, e acredito que pelo histórico que o mesmo vinha constituindo, deve rever suas posições.
O Rio Grande do Sul está vivendo um momento de incerteza no mercado do boi em função desta questão. Mais preocupante que a atitude da indústria é a lamentável “confusão” entre MAPA e SAAA. Dois órgãos de governo e cada um com sua orientação (contrária uma a outra!).
Aonde nós vamos parar? (Dizia o motorista no estacionamento cheio).
O Secretário da Agricultura não assume porque a governadora eleita fala em redução de tributos em campanha e antes de assumir propõe o “tarifaço”.
O Ministro da Agricultura (pasta pouco importante) ainda não foi definido.
O “desmando” que o seriado Amazonia mostra na TV não é muito diferente dos dias atuais.
Em relação ao artigo publicado vejo que se fazem necessários alguns esclarecimentos, que sequem abaixo:
O Estado de Rondônia foi declarado livre de febre aftosa com vacinação em 22 de outubro de 2002, nesta ocasião a mais de três anos não era registrada a presença de febre aftosa no Estado de Rondônia. Desde então até a presente data não há registro de casos suspeitos ou ocorrência de febre aftosa no Estado de Rondônia. A Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, em 21 de maio de 2003, reconheceu a condição do Estado de Rondônia como livre de febre aftosa com vacinação a nível internacional.
Em 17 de janeiro de 2006, devido à ocorrência de febre aftosa, foi suspenso temporariamente o reconhecimento internacional da zona livre de febre aftosa com vacinação dos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro, Tocantins, além do Distrito Federal.
Ainda na data acima a condição sanitária dos Estados do Rio Grande do Sul e Rondônia recebe as mesmas definições, no mesmo artigo e alínea da legislação Federal.
É importante considerar ainda que Estado de Rondônia foi o único Estado da Federação Brasileira a manter-se apto a exportar para a Rússia durante os surtos de febre aftosa, uma vez que este mercado exige a ausência de focos de febre aftosa nos Estados vizinhos pelo prazo de 12 meses, o que levou a proibição destas exportações de Mato Grosso e Santa Catarina (mesmo livre sem vacinação).
De modo que não há justificativas sanitárias que impeçam a venda de carne com osso de Rondônia para o Rio Grande do Sul, e este comércio esta amparado por legislação federal vigente.
O Estado de Rondônia vem alcançando bons resultados em suas exportação devido ao esforço de profissionais empenhados a trazer o progresso a Região Norte deste nosso imenso Brasil.
Ainda na Região Norte muito em breve o Estado do Pará deverá estar na disputa de maior produtor de carne bovina da federação.
Finalizo convidando os conterrâneos que ainda não conhecem o Norte, que venham conhece-lo, mas venham com a passagem de volta já comprada (para não correr o risco de ficar).
Prezado Prof. Alfério,
Gostaria de abordar o tema sobre outros aspectos.
Certamente Vsª senhoria irá me compreender.
É até certo ponto compreensível que os estados de Rondônia, Acre e quem sabe até o Amapá estejam numa situação sanitária mais favorável em relação à Aftosa, se comparados com o Centro Oeste, notadamente os dois Matogrossos,e por tabela, São Paulo, Minas, Goiás e Paraná.
Isto se deve em parte ao bom trabalho das autoridades e dos profissionais envolvidos,como deve ser o seu caso, mas também à uma situação geográfica e ambiental peculiares, onde se encontram os estados de Rondônia e Acre,e que tinham status de território, há pouco tempo atrás.
Falando em pouco tempo atrás, a própria expansão da pecuária de corte para estas regiões é um fenômeno recente, motivada pelo fluxo em busca de terras ainda baratas.
Comumente aqui no Sul, se ouve a expressão: a última fronteira agrícola (a menos que se pretenda anexar Venezuela,Colômbia,Bolívia e as Guianas.
O que me preocupa e inquieta há algum tempo, professor, é saber que tipo de pecuária está sendo feito em cima de solos onde foi removida a floresta equatorial!
Tenho visto freqüentemente ,e principalmente em revistas como DBO Rural, anúncio de venda de áreas nestes estados, onde houve plantio de grandes culturas e criação de gado em pastos formados artificialmente em áreas de derrubada de mata tropical, e as imagens assustam: solos totalmente degradados.
Por isso, e por tudo que já está acontecendo em termos de mudanças ambientais,me preocupo com a “sustentabilidade” da pecuária em regiões de Floresta Equatorial!
Até quando vai durar? E depois o que faremos? Como ficarão estas áreas daqui a 30 ou 40 anos?
Grato, João Francisco- M.Veterinário- Pelotas RS.