A União Européia aprovou as ações de combate à febre aftosa no Rio Grande do Sul e deverá levantar o embargo em 1º de dezembro. Parecer neste sentido foi emitido pelo Comitê Veterinário da União Européia (UE), com base na avaliação de técnicos que visitaram fazendas e frigoríficos do Estado na última semana de outubro.
A recomendação será oficializada pelo Comitê Veterinário da UE em reunião marcada para os dias 20 e 21 deste mês, em Bruxelas. No entanto, ontem mesmo, a Delegação da Comissão Européia no Brasil liberou o parecer preliminar, adotado depois de uma reunião em Bruxelas, na terça-feira. O documento traz elogiosas observações a respeito da atuação das autoridades sanitárias brasileiras no combate aos focos de febre aftosa que atingiram o Estado a partir de maio. Desde 31 de maio, as exportações de carne para a Europa estão suspensas.
“É um dia importante para a economia gaúcha. Queremos dividir essa vitória com os produtores e entidades que lutaram para erradicar os focos”, comemorou o secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, depois de receber o parecer dos técnicos. No documento, os especialistas dizem que “as autoridades brasileiras resolveram os pontos pendentes identificados em missões prévias” e definiram que “a situação da doença está atualmente estabilizada.” O parecer ressalta ainda que é apropriado levantar a suspensão das importações de carnes frescas desossadas para consumo humano e de carnes e miúdos para a fabricação de rações animais para a UE. Hoffmann disse esperar que esta notícia sirva também para que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se convença a reabrir o mercado nacional para os produtos gaúchos, permitindo a saída de animais vivos e carne com osso do RS para outros estados do País. Segundo a secretaria, até ontem tinham sido coletadas 75.870 amostras – de um total estimado de 80 mil – nos seis municípios que registraram focos. Segundo Hoffmann, o Ministério da Agricultura ainda não divulgou nenhum resultado do exame. O secretário prevê um prazo de pelo menos três meses para que os resultados totais sejam conhecidos.
O secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado (Sicadergs), Zilmar Moussalle, também festejou a informação e avisou que os frigoríficos do Estado estão prontos para enviar para a Europa 3,5 mil toneladas de carne por mês, especialmente para Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal. No período em que as exportações ficaram suspensas, os estabelecimentos gaúchos deixaram de enviar para a UE o equivalente a 25 mil toneladas de carne, não arrecadando o montante de US$ 50 milhões. Agora, o setor buscará a retomada das exportações para outros mercados, como o Chile e os países asiáticos (Líbano, Egito, Emirados Árabes e Palestina).
O presidente da Federação da Agricultura (Farsul), Carlos Sperotto, afirmou ontem, em Brasília, que partiu da federação a idéia de encaminhar ao Ministério da Agricultura pedido para que a União Européia desse ao Rio Grande do Sul o mesmo tratamento dispensado ao Uruguai quanto às exigências sanitárias: “Nos preocupamos em solicitar a análise individual dos assuntos e uma avaliação real das condições sanitárias do Estado por parte de técnicos europeus”. Na sua avaliação, a solicitação culminou em uma apreciação positiva da situação sanitária do Estado pela missão da UE e no anúncio de que as importações de carne gaúcha poderão ser retomadas a partir de dezembro.
Sorologia
A coordenadoria regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento continua realizando trabalho de coleta de sangue para sorologia dos animais que se encontram nas áreas de foco da febre aftosa, no município de Rio Grande. O coordenador regional, César Aldrighi, informa que o término dos trabalhos na área de foco está previsto para o final da semana. Aldrighi salienta ainda que a coleta de sangue dos animais na área de vigilância já começou a ser realizada. Até segunda-feira, haviam sido coletadas 24.231 amostras de sangue. O material coletado dos bovinos está sendo enviado para análise no laboratório Lara, de Porto Alegre, e dos caprinos e ovinos para o Lapa, de Belém do Pará.
Segundo o coordenador de campo da coordenadoria regional, José Flávio Vieira, 12 equipes estão trabalhando na sorologia. Cada equipe é composta por um veículo, um veterinário e três guardas sanitários. A estimativa é de que o trabalho seja concluído até o dia 15 deste mês. Ele destaca a colaboração dos produtores, o que facilita o trabalho das equipes.
Fonte: Governo do Rio Grande do Sul, Zero Hora (RS) e Diário Popular (RS), adaptado por Equipe Beefpoint