RS: expectativa positiva para remates de primavera

Após a maratona da Expointer, pecuaristas e leiloeiros trabalham na organização das feiras de primavera, um dos principais circuitos de vendas do setor no Rio Grande do Sul. Até novembro, ao menos 80 exposições e leilões particulares movimentarão a economia do interior gaúcho.

O presidente do Sindicato dos Leiloeiros do RS, Marcelo Silva, calcula que sete mil animais rústicos e de elite passarão pelas pistas de sindicatos rurais e cabanhas. Com a crise, em razão do baixo preço do boi, a queda na oferta é de 30% em relação ao ano passado. E o comprador está bastante exigente. “A tônica desta primavera será a qualidade”.

A Expointer serviu de parâmetro. Os rústicos venderam menos animais, mas obtiveram melhores preços médios. Foram 124 exemplares a R$ 488,48 mil, média de R$ 3.939. Em 2004, a média dos 172 bovinos ficou em R$ 2.648, totalizando R$ 455,6 mil. O desempenho de raças como a angus, R$ 4.788 de média nos rústicos em Esteio, anima o leiloeiro Eduardo Knorr. “A primavera venderá touros de genética superior para produção de terneiros”.

Mesma análise faz o presidente da Febrac, José Cairoli. “Cada vez mais há seleção natural dos melhores, dada a baixa demanda”. A temporada, ressalta, será difícil. “O preço do boi tende a se manter nesse patamar de R$ 1,60 e, como não há muitos animais gordos, haverá superoferta, com tendência de queda de preços”, prevê.

Para o diretor da Farsul Fernando Adauto, as vendas nas expofeiras dependerão do crédito com juros compatíveis e prazo para pagar financiamentos em cinco anos. “É um ano extremante difícil. Temos de buscar corrigir o prejuízo causado pela seca”.

Além da qualidade, contará a criatividade para atrair clientes. Mais descapitalizadas, as cabanhas estudam estratégias como descontos à vista em parcelas mais longas. Mas Silva adverte: “a perfumaria” não surtirá efeito se o gado não for de primeira.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint