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RS exporta gado em pé para Oriente Médio

O parque de exposições da Associação Rural de Pelotas (ARP) foi escolhido para ser o ponto de partida de operação inédita na região, o embarque via porto de Rio Grande de gado em pé para o Oriente Médio.

As instalações da ARP foram locadas pela empresa Live Stock International Comercial Importadora e Exportadora Ltda. por oferecer a estrutura adequada à adaptação e classificação dos animais, adquiridos de produtores de toda a região Sul.

A intenção é adquirir, neste primeiro embarque, mais de 8,5 mil cabeças de gado de raças européias. O padrão que a empresa busca é de terneiro inteiro e novilhos entre 300 e 350 quilos, explica o gerente geral, José Luiz Subirana. A empresa é constituída por um sócio brasileiro, um uruguaio e um jordaniano, este último proprietário dos navios. O preço médio negociado pelos animais está entre R$ 1,40 e R$ 1,56 o quilo vivo.

Os animais serão embarcados na próxima quinta-feira e até agora foram adquiridas mais de seis mil cabeças. A Live Stock possui toda a estrutura para transportar os animais, que serão levados até o porto de caminhão para embarque nos navios. A operação deve levar pelo menos dois dias.

Subirana destaca a resposta positiva obtida pela empresa, que se estabeleceu em Pelotas para ficar, tanto no que diz respeito à aceitação pelos produtores quanto à qualidade dos animais adquiridos. “Este deve ser o primeiro embarque de uma série”, afirma.

Até a próxima semana, os animais serão observados quanto à sanidade e passam por classificação e adaptação nas mangueiras da associação. Como são animais criados a campo, eles precisam aprender a se alimentar em confinamento, pois a viagem do Brasil ao Oriente Médio deve levar em torno de 20 dias.

O presidente da Associação Rural, Elmar Hadler, destaca que a operação deve resultar numa mudança de paradigma na região em relação à bovinocultura de corte. Segundo ele, só esta primeira exportação deve movimentar mais de R$ 2 milhões. “O parque Ildefonso Simões Lopes é o único local da região com infra-estrutura adequada para abrigar estes animais”.

Segundo ele, as mangueiras do parque têm capacidade para 3,2 mil animais de uma só vez. “Além disso, ao oferecer este suporte a entidade cumpre com o seu papel que é o de incentivar a atividade agropecuária”.

Fonte: Diário Popular/RS (por Luciara Schneid), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Guaraci Campos Araujo disse:

    Gostaria de entender!

    Se podemos fornecer a carne, porque mandarmos o boi em pé.

    Acho que deveriamos agregar os valores da industrialização, e não só desovar estoques reprimidos pela nossa demanda, que não compra por não ter emprego e não emprega porque é mais facil exportar o produto vivo.

    Assim seremos uma grande invernada internacional e não um produtor de alimentos.

  2. Rafael Palma Lima e Silva disse:

    Acho essa iniciativa muito interessante, pois nós podemos sim exportar a carne, com um valor agregado maior, porém esse “VALOR AGREGADO” só vale para a industria frigorífica, ficando o produtor a ver navios, com conteiners lotados de produtos remunerados a um valor que não é repassado à ele.

    Na atual situação, o produtor deve buscar alternativas sim.