Frigoríficos gaúchos irão ampliar a compra de carne com osso de fora do Estado. A previsão do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) é de acréscimo entre 20% e 25% a partir da próxima semana. Segundo o diretor executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, a decisão foi motivada pela diferença de preço da matéria-prima. Na opinião do diretor da Farsul Fernando Adauto, as indústrias especulam para baixar o preço. ´Neste momento, deveríamos manter patamares que remunerem a todos. Promover baixa é penoso´, criticou Adauto.
Frigoríficos gaúchos irão ampliar a compra de carne com osso de fora do Estado, que atualmente gira em torno de 520 toneladas diárias. A previsão do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) é de acréscimo entre 20% e 25% a partir da próxima semana.
Segundo o diretor executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, a decisão foi motivada pela diferença de preço da matéria-prima. Pesquisa semanal do sindicato aponta custo de R$ 5,10 pelo quilo carcaça no Estado, enquanto a carne do Brasil Central sairia por R$ 4,90 o quilo carcaça com frete incluso. “O preço não cede e o consumo continua travado”, explicou Moussalle.
Na opinião do diretor da Farsul Fernando Adauto, as indústrias especulam para baixar o preço. Ele argumentou que a demanda constante e o pagamento de até R$ 5,70 o quilo carcaça comprovam que não há descolamento do mercado. “Neste momento, deveríamos manter patamares que remunerem a todos. Promover baixa é penoso”, criticou Adauto.
Devido à escassez de gado nesta época do ano estar mais intensa em decorrência da estiagem, a Emater aponta que o preço médio do boi gordo está em R$ 2,58 o quilo vivo médio. Com maior ingresso de carne com osso de outros estados, a tendência é de redução dos abates nas indústrias gaúchas. Por isso, conforme Moussalle, as empresas deverão adotar medidas como férias coletivas e corte de turnos.
Outro fator que estimula a importação é a queda do preço de subprodutos, cuja arrecadação cobre parte de despesas operacionais, que irá baixar ainda mais com o recuo do abate. O valor do couro, por exemplo, despencou de R$ 2,90 para R$ 0,60 o quilo neste mês.
Em movimento paralelo ao dos frigoríficos, supermercados cobram regras mais brandas para a compra direta de carne bovina com osso de outros estados. Portaria estadual permite a operação somente entre estabelecimentos reconhecidos pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF). A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) quer a suspensão da obrigatoriedade de SIF no destino, pois somente três redes varejistas preenchem essa exigência no Rio Grande do Sul.
O secretário da Agricultura, João Carlos Machado, disse que a solicitação será analisada pela área técnica tão logo chegue às suas mãos. A norma, em vigor desde 2005, após focos de aftosa no país, tem por objetivo resguardar a segurança sanitária. Conforme o gerente executivo da Agas, Francisco Schmidt, a flexibilização poderia reduzir o preço da costela ao consumidor.
As informações são do jornal Correio do Povo/RS, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Boa tarde, o rio grande é um dos estados mais fragilizados em relação a pecuária. Sofremos estiagem há mais ou menos 6 anos, foram levados gado em pé para o líbano, quebrando o ciclo completamente, os frigorificos são carterizados em preço, o governo estadual não toma medidas preventivas pensando só nos tributos do abate pelos frigoríficos, foi liberado carregamento de boi em pé do uruguai, temos uma das maiores zonas de abgeato do brasil. Os insumos cada vez maiores.
Agora mais a liberação de carne de outros estados, querem aprovar ou já foi aprovada lei sobre venda de 2.3 a qualquer operação, etc, quem ganha é o intermediário minha gente não é o produtor não,
Onde vamos parar? Olhem por nós que produzimos alimento. Ou será que carne não é considerado um alimento essencial a vida?
O abrandamento de regras sanitárias é um dos maiores crimes contra a economia do Rio Grande do Sul praticado pelo próprio Governo. É inadmissível a interferência política em matéria técnica, para favorecer supermercados, sempre tão generosos em provimento de fundos de campanha eleitoral. Se as barreiras sanitárias foram criadas com objetivos técnicos, seu abrandamento não pode ser adotado senão pelo fim das ameaças ao rebanho do Estado.
Este epsódio lembra a triste interferência política no Zoneamento do plantio de árvores no Bioma Pampa. Para favorecer uma empresa interessada em instalar uma planta de papel na metade Sul, interferiram politicamemte no órgão ambiental responsável pela proteção de nosso meio ambiente. Agora, a empresa favorecida foi absorvida pela sua concorrente e não mais irá investir na Metade Sul, em favor da ampliação de outra fábrica. Como fica a Metade Sul?
Até quando os governos irão ser míopes e venais na administração econômica? Sanidade e preservação de nossa economia não são moedas de troca!