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RS: frigoríficos pedem ingresso de carne

Os frigoríficos gaúchos solicitaram, ontem, ao secretário da Agricultura, João Carlos Machado, a aplicação da instrução normativa 82 do Mapa para regular o trânsito de cortes bovinos no estado. O pedido foi motivado pela possível escassez de carne no próximo mês, quando serão reabertas as exportações para a Rússia, mercado que, segundo o Sicadergs, o Rio Grande do Sul não terá oferta suficiente para atender.

Os frigoríficos gaúchos solicitaram, ontem, ao secretário da Agricultura, João Carlos Machado, a aplicação da instrução normativa 82 do Mapa para regular o trânsito de cortes bovinos no estado. O pedido foi motivado pela possível escassez de carne no próximo mês, quando serão reabertas as exportações para a Rússia, mercado que, segundo o Sicadergs, o Rio Grande do Sul não terá oferta suficiente para atender.

Segundo a IN 82, é liberado o ingresso de carne bovina maturada e desossada de todos os estados brasileiros, exceto das áreas atingidas pela febre aftosa. Os cortes com osso são permitidos somente os provenientes de estados com status sanitário igual ou superior ao do RS (Rondônia, Acre e Santa Catarina).

Para cumprir a determinação federal, o estado teria de derrubar a portaria 200, que proíbe a entrada de carne com osso de todo o Brasil em território gaúcho, e de carne maturada e desossada do MS e do PR. Machado afirmou que os documentos entregues pelo Sicadergs ontem serão analisados e acrescentados ao estudo sobre a lei estadual realizado pelo Departamento de Produção Animal (DPA). “Os frigoríficos são os maiores interessados que o RS mantenha o status sanitário”, enfatizou.

Outro temor da indústria de carnes é que, com a manutenção da portaria 200, o estado perca competitividade com relação ao resto do país. “Se conseguirmos carne com osso de Rondônia, podemos movimentar a indústria na desossa”, argumenta o diretor executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle.

O superintendente do Mapa/RS, Francisco Signor, defende a aplicação da legislação federal, temendo, inclusive, por possíveis restrições que possam ser impostas ao RS em nível internacional. “Precisamos de um alinhamento. Se as regras do Mapa não forem respeitadas, como vamos assegurar as condições necessárias para manter a sanidade?”. As informações são do Correio do Povo/RS.

0 Comments

  1. Julio M. Tatsch disse:

    Alguns pecuaristas e lideranças rurais chamam os frigoríficos de parceiros, eis a resposta!

    O Sicadergs ao invés de se preocupar com a reestruturação do setor produtivo no RS, através da remuneração compensatória da matéria prima, viabilizando assim investimentos que fizessem frente a descapitalização gerada pelos anos de preços inferiores aos custos de produção, a seqüência de secas, ao crescimento de outras atividades sobre as áreas de pecuária ( pela remuneração superior )…opta em focar-se exclusivamente no seu segmento e nos seus lucros. Desconsiderando o aumento do risco sanitário, a que o rebanho gaúcho seria exposto, pela sugerida introdução de osso no estado.

    Lembramos que o RS está aberto para entrada de carne maturada e desossada, portanto sem o menor risco de desabastecimento a população.

    Interessante destacar que a poucos dias atrás, o mesmo Sicadergs, em artigo divulgado na imprensa local, comemorava um crescimento nos abates de bovinos gaúchos, citando uma elevação de 12%, no comparativo de 2005 a 2006. Agora reporta falta futura de bovinos ao abate!

    Somado ao demérito, que eventuais diferenças de preços nas carnes, até o momento não estão sendo repassados aos consumidores finais, pois as carnes do Brasil central e Uruguai são ofertados a preços similares as carnes gaúchas.

    Julio Tatsch – Agropec. e Repres. do Sindicato Rural de Caçapava do Sul – RS

  2. João Alberto Haag Luiz disse:

    Quanto à liberação de entrada de carne com osso de outros estados no RS sou contra porque faria baixar o preço do kg vivo do boi gordo no momento em que o invernador está sem margem de lucro devido o alto preço do boi magro, de reposição, além do risco sanitário.

  3. Edson Nilo Padilha Freitas disse:

    É isto aí, Sr. Júlio Tatsch!!

    O senhor é uma das poucas vozes que ecoam em favor de sua classe.

    Gostaria que se tornasse mais freqüente lideranças defendendo seu ponto de vista e o interesse de todos.

    Tenho acompanhado diariamente jornais, revistas e newsletters e só se ouve choradeira por parte da indústria, raras vezes aparece algum produtor clamando ou defendendo os interesses da maioria.

    Espero que outras vozes se juntem à sua, e consigam pelo menos equivaler forças para brigar e manter a atividade sustentável.