O problema dos pecuaristas da Amazônia, principalmente do Pará, ondeo Ministério Público Federal notificou empresas pela criação e venda de gado em áreas de desmatamento ilegal da Amazônia, pode servir de lição para os produtores de carne bovina de outros Estados. A associação com o problema no Pará não chega a preocupar pecuaristas, mas levanta um debate sobre a necessidade de melhorar o marketing que diferencia a carne gaúcha do restante do Brasil.
O problema dos pecuaristas da Amazônia, principalmente do Pará, ondeo Ministério Público Federal notificou empresas pela criação e venda de gado em áreas de desmatamento ilegal da Amazônia, pode servir de lição para os produtores de carne bovina de outros Estados.
Os pecuaristas do Rio Grande do Sul seguem acompanhando o noticiário e o desenrolar dessas ações. Mesmo a 2,5 mil quilômetros e sem suspeita de sofrer restrições similares, o setor gaúcho de carne pode ser afetado pela associação do produto brasileiro ao desmatamento no noticiário internacional. A cultura da pecuária de corte é muito diferente nos dois Estados, mas a imagem da produção do Pampa pode sair arranhada em negociações externas, avalia Carlos Simm, diretor da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
A associação com o problema no Pará não chega a preocupar pecuaristas, mas levanta um debate sobre a necessidade de melhorar o marketing que diferencia a carne gaúcha do restante do Brasil e a aproxima dos vizinhos uruguaios e argentinos, que levam a fama de produzir a melhor carne do mundo e recebem mais por isso. Segundo Júlio Barcellos, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a ideia surgida na década de 70 ainda não prosperou.
Das iniciativas, a mais próxima até o momento foi a criação da certificação de indicação de procedência da Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional, uma espécie de selo que atesta a qualidade da carne produzida na região. O volume de carne produzida com o selo de origem ainda é muito pequeno, avalia Barcellos.
“O produtores gaúchos devem valorizar o seu sistema de produção e adquirir os selos que comprovam estas qualidades” diz o professor.
Além de evitar problemas de conflito de imagem com os rebanhos de outras partes do Brasil (baseados em padrão genético, cultivo e áreas diferentes), a certificação da carne gaúcha pode render uma diferenciação de preço por produtos considerados premium.
As informações são do Zero Hora, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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A Carne Angus Certificada e um bom exemplo da qualidade produzida nos Pampas.
Concordo que a carne gaúcha é diferenciada, principalmente por ser formada por raças européias (Angus, Hereford), mas não podemos esquecer que todo noroeste do RS foi desmatado a partir da década de 60. Para todo pecado feito na terra na terra se paga, ou será que as constantes secas que acontecem em nosso estado são por acaso.
A produção de carne de qualidade e de um produto diferenciado começa dentro da porteira, no caso da carne as indústrias frigorificas mantém os atributos da matéria prima, e pouca coisa acrescentam a mesma. As novas realidades do mercado apontam para consumidores cada vez mais exigentes, para características que satisfaçam seu prazer próprio, bem como para questões ambientais. Melhorar a qualidade do rebanho brasileiro sem perder o foco principal (carne de qualidade), e adequar a produção a um sistema ecologicamente correto, é indispensável para o crescimento do setor.