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RS negocia entrada de gado vivo no Uruguai

Os produtores gaúchos estão concentrando esforços em negociações para garantir a entrada de gado em pé no Uruguai. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, garante que o ambiente está favorável para uma definição que autorize a comercialização de animais para o país vizinho. No final da semana passada, ele esteve em Montevidéu participando da reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), onde foram discutidos diferentes pontos do comércio agropecuário entre os parceiros do Mercosul.

“Queremos desfazer as arestas que existem no bloco”, destaca Sperotto. Segundo ele, as conversações também dão prioridade à comercialização de arroz. Nos últimos meses, as importações do cereal vindo da Argentina e do Uruguai são motivo de protestos de agricultores gaúchos. “Todo o segmento arrozeiro precisa avaliar a demanda mundial para decidir o quê vai produzir”, salienta o dirigente.

Na semana que vem, lideranças de produtores do bloco participarão de uma reunião na sede da Farsul para alinhavar uma proposta que será levada a Buenos Aires, nos dias 28 e 29 deste mês, quando ocorre a próxima reunião do CAS. O conselho é formado pelos ministros da Agricultura do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia, e tem a participação de representantes da iniciativa privada.

Em função de diferenças sanitárias, há cerca de dez anos existe o bloqueio uruguaio para o gado oriundo do Rio Grande do Sul, lembra Sperotto. Para os criadores gaúchos, a opção de mercado no país vizinho pode significar maior rentabilidade, já que o quilo do boi vivo vale em torno de R$ 2,38 e, no RS, o quilo tem preço médio de R$ 1,69, conforme levantamento da Emater.

“Mesmo que não seja um grande mercado, de apenas 3,2 milhões de habitantes, é importante que o produto gaúcho se faça presente”, observa o presidente da Farsul. Os uruguaios teriam interesse em comprar gado em função do aumento das exportações para países como Estados Unidos, México, Japão e Canadá. Sperotto ainda comenta que o momento é propício para negociações no âmbito do Mercosul , já que nesta semana o Paraguai retomou a venda de animais e carne com osso para o Brasil.

No atual momento, produtores reclamam da autorização dada pelo Mapa à importação de gado vivo do Paraguai.

Fonte: Jornal do Comércio do RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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