A gripe aviária na Ásia e Europa paralisou a economia de Nova Bréscia, pequeno município gaúcho de três mil habitantes. Os galpões estão vazios. Os serviços auxiliares, como carregamento e transporte de ração, de pintos e de lotes terminados de aves, estão suspensos.
Alguns números fornecidos pela prefeitura são suficientes para demonstrar a importância da avicultura para o município. A atividade responde por 90% da arrecadação do ICMS e ocupa 214 das 480 famílias que vivem na zona rural, uma região montanhosa, com muitas áreas de preservação em encostas, que não permite exploração agrícola em escala comercial.
O secretário municipal da Agricultura, Leo Fontana, diz que um cálculo inicial indica que se a paralisação atual durar dois meses, como está previsto, pode retirar uma fatia de R$ 500 mil do retorno de ICMS previsto para 2008. O orçamento da prefeitura é de R$ 9 milhões.
O mecanismo que paralisou Nova Bréscia tem sua velocidade determinada pelo apetite dos compradores, na Europa e Ásia. O grupo Avipal, ao qual a maioria dos avicultores de Nova Bréscia é integrada, optou pela suspensão do alojamento de pintos durante fevereiro. Desde então, os avicultores entregam os lotes que terminam, mas não recebem novos, ficando com os galinheiros vazios.
Apesar das agruras, todos demonstram otimismo. Acreditam na previsão feita pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) indicando que a atividade será retomada com vigor no segundo semestre. A Avipal, que deu férias coletivas para os funcionários dos abatedouros de Lajeado e Porto Alegre a partir de 1o de abril, avisou que pretende voltar a alojar pintos em maio.
A matéria é de Elder Ogliari para o jornal O Estado de São Paulo.