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RS: oferta de terneiros será menor este ano

Será um outono nublado para os pecuaristas que iniciam neste mês a temporada de venda de terneiros no Rio Grande do Sul. O preço do boi gordo estacionou nos últimos 12 meses, os custos subiram e a estiagem atingiu com tudo a produção gaúcha. O cenário sombrio leva à projeção de redução nas vendas.

Com animais magros, devido à escassez de pasto provocada pela seca, a oferta deve cair pelo menos 40% em relação ao ano passado. Até o começo de julho estão previstas 40 exposições oficiais, mas algumas devem ser canceladas. Em 2004, o circuito faturou R$ 7,3 milhões com 30.438 exemplares.

O sinal verde da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA) para que fosse reduzido em 20 quilos o peso mínimo exigido para participação e a garantia de crédito a juros de 8,75% ao ano e prazo maior devem colaborar para que o recuo não seja ainda maior, avalia o técnico em pecuária do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS), Fernando Adauto.

Para o leiloeiro Eduardo Knorr, da Knorr Remates, os vendedores não terão saída. O jeito será se sujeitar ao preço de mercado, pois a opção de reter os terneiros até a primavera exigirá o desembolso de recursos dos quais o produtor não dispõe.

Para ele, o único fator positivo são as exportações que, a partir de 2006, poderão enxugar mercado. Knorr refere-se à previsão de embarques, como o realizado por criadores da Zona Sul para o Líbano em março. “Enfrentaremos uma das piores temporadas dos últimos anos”.

A primeira exposição do calendário aconteceria sexta-feira (15), em Canguçu, mas foi cancelada. O presidente do sindicato rural, Kolmar Gonçalves, aponta como motivos o baixo volume de animais com peso exigido pela SAA e a impossibilidade de vacinação contra a aftosa por causa da seca.

Em alguns pontos do estado, a oferta de animais cairá acima da média projetada. É o caso de Lavras do Sul, considerada uma das praças mais quentes de venda. A exposição terá, no máximo, 1.200 terneiros para oferecer aos compradores, 54,5% a menos do que na edição anterior. Nesse caso, haveria interesse na retenção na entressafra devido à formação de pastagens em áreas de soja.

Mas há exceções como São Francisco de Assis que, apesar da situação de emergência, promete a maior exposição de todos os tempos. O coordenador da feira Paulo Gioda contabiliza 4,2 mil bovinos, 1,1 mil a mais que no ano passado. “Nossa feira vem aumentando devido a união de um grupo de produtores que prioriza o mercado local”.

Além disso, avalia, a redução de peso dos animais deve atingir, no máximo, 15 quilos. “A hora de vender bem é agora”, garante, ao exemplificar que os terneiros de ano que não foram vendidos no outono passado ainda estão nos pastos.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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