Representantes de sindicatos rurais de Quaraí, Alegrete, Santiago, Dom Pedrito, Santana de Livramento e Grupo de Trabalho Autônomo de Produtores Rurais de Pelotas obtiveram o apoio do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, para viabilizar a exportação de gado em pé para o Uruguai.
A exportação é vista pelos produtores como mais uma alternativa de comercialização aos pecuaristas gaúchos, que sofrem com a baixa remuneração do boi gordo. “Trata-se de medida de interesse mútuo para o Rio Grande do Sul e Uruguai”, diz o representante do GT Pel, Ricardo Vinhas.
Segundo ele, o grupo de produtores representa cinco milhões de cabeças no estado e a intenção é abastecer o Uruguai, que exporta 80% de sua produção para o mercado americano e canadense e que apresentou queda de 50% no consumo em virtude do alto preço da carne no mercado interno. “Nossos produtores podem exportar gado em pé a preço mais acessível para o Uruguai, oferecer carne de qualidade e combater a entrada de carne contrabandeada no país vizinho”.
Segundo Vinhas, o governador acolheu muito bem a idéia e disse que deve tratar do assunto com o embaixador do Brasil no Uruguai. O encontro pode ocorrer durante a Exposição Pecuária de Prado, em Montevidéu, que ocorre nesta semana. Caso o governador não participe da feira, o assunto deve ser entregue ao secretário de estado da Agricultura ou a seu representante.
O objetivo da proposta dos pecuaristas gaúchos é combater o contrabando na fronteira entre Rio Grande do Sul e Uruguai para, através de frigoríficos não-exportadores, fornecer gado em pé para aquele país. “Desta forma o Uruguai preserva seu mercado exportador, recebe carne de excelente qualidade e os pecuaristas gaúchos têm acesso a um novo mercado com quase quatro milhões de habitantes”, argumenta Vinhas.
Segundo ele, está agendada para o dia 10 de outubro, em Dom Pedrito, reunião entre representantes dos ministérios da Agricultura brasileiro e uruguaio.
Fonte: Diário Popular/RS, adaptado por Equipe BeefPoint