Os consumidores de carne bovina da capital gaúcha estão cada vez mais exigentes. Além de informações sobre validade, inspeção federal, peso e preço constantes no produto comercializado em embalagens de polietileno, os consumidores exigem também informações sobre maciez, composição nutricional, quantidade de gordura e origem do animal.
O perfil do consumidor atual de carne bovina emerge de uma pesquisa minuciosa sobre hábitos de consumo em Porto Alegre. O trabalho é uma dissertação de mestrado do Curso de Agronegócio do Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apresentada no início deste ano pela veterinária Márcia Dutra Barcellos. O estudo, que investigou o processo de compra e revela hábitos de consumo pouco conhecidos dos consumidores de carne bovina, ouviu 400 porto-alegrenses de ambos os sexos, com idades entre 25 e 50 anos, segundo grau completo e renda familiar de até R$ 1,2 mil.
O trabalho mostrou, por exemplo, que os consumidores urbanos preferem adquirir a carne em porções pequenas, valorizam a maciez acima de qualquer outra qualidade, embora cor e cheiro sejam fatores importantes, e querem informações detalhadas sobre a origem e a qualidade do produto que estão levando para casa. “Nesse sentido, muito ainda precisa ser feito para que a cadeia da carne possa atender às expectativas dos consumidores, não apenas na produção animal, mas também nos processo industriais e de distribuição”, constata Márcia Barcellos.
Segundo o estudo, a carne bovina é considerada uma commodity com baixo valor agregado e sem diferenciação, resultado de um processo produtivo com inúmeros pontos de falha de controle nos diversos elos, que chega ao consumidor com baixa qualidade.
Fonte: Zero Hora/RS (por Irineu Guarnier Filho), adaptado por Equipe BeefPoint