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RS: preço do boi cai devido a carregamento de carne

Após sofrer uma leve alta no final de 2005, o preço do boi voltou a cair. O quilo da carcaça, que chegou a R$ 3,50 na primeira quinzena de dezembro, está cotado e R$ 3,35, significando uma queda de 4,3%.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), a baixa é atribuída à entrada de um carregamento de carne bovina maturada e desossada entre os dias 12 e 15 de dezembro.

De acordo com o DPA, está completamente proibida a entrada de boi em pé, carne maturada, desossada e com osso de Mato Grosso do Sul e Paraná, conforme a portaria 295/2005, de 23 de novembro. ‘De outros estados, só entram carnes sob inspeção. A mercadoria não pode ir para o varejo, tem que vir para um estabelecimento registrado e receber tratamento químico ou físico’, informa a veterinária do DPA, Denise Marchesin.

O chefe do serviço de Doenças Vesiculares da SAA, Fernando Groff, admite que existem retalhos maturados de frigoríficos do Sudeste que estão ingressando no Rio Grande do Sul.

Comentário BeefPoint: Dificilmente a entrada de apenas um carregamento de carne no RS consegue impactar fortemente no preço do boi, em todo o RS. Além disso, produtores do RS alegam que a demanda no estado está fortalecida. Nossa equipe gostaria de saber sua opinião sobre esse assunto, participe, através do link abaixo “Comente esse artigo”.

Fonte: Correio do povo, (por Ferreira Neto), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. EDUARDO PICCOLI MACHADO disse:

    Esta notícia somente confirma o cartel existente no estado, onde uma única firma detém aproximadamente 80% das exportações do estado, dominando as 4 maiores plantas exportadoras. Outras 6 plantas habilitadas a exportação possuem capacidade inexpressiva de abate.

  2. Fernando Cardoso Gonçalves disse:

    De fato, os supermercadistas estão pressionando o preço da carne na ponta do frigorífico e de outro lado, para o consumidor, o efeito é ao contrário, a aftosa AUMENTOU o preço da carne ao consumidor.

    Essa manipulação de mercado, já vem de muito tempo. É sabido de todos que a margem de lucro em cada venda de kg de carne no supermercado gira ao redor de 15 a 20%. Esse lucro é escorchante.

    Como os varejistas elevaram muito o preço da carne para o consumidor agora estão querendo achar uma razão para diminuir. É muito simples, é só reduzir a margem de lucro na gôndola que resolve, não precisa repassar para quem já está trabalhado no vermelho a muito tempo.

    Esse carregamento de carne, além do mais é Criminoso. Os responsáveis devem ser indiciados por quererem lucrar colocando em risco toda a pecuária do RS. É cadeia para essa gente.

  3. Atila Ricardo Vinhas Filho disse:

    Como produtor rural gostaria que meus recursos investidos na CNA, representada pela FARSUL, no estado do Rio Grande do Sul, significassem na defesa da pecuária de corte gaúcha, a qual a muito tempo vem produzindo abaixo do custo de produção (R$/kg vivo 2,08).

    Quando por pressão de produtores organizados em Grupos de Trabalhos, em conjunto com o governo do estado, através da Sec. da Agricultura, estabelecem condições de recuperação de preços pagos ao produtor rural (hoje tem negócios fechados a R$/kg 3,60), nota-se articulação dos demais setores da cadeia da carne tentando defender os interesses de seus associados, mesmo com notícias que não encontram amparo na realidade do mercado, pois o mesmo está aquecido e com tendência de alta (subiram os preços da semana passada para esta).

    Gostaria de ver notícias em sentido contrário colocadas na imprensa, defendendo os produtores de gado de corte-RS, e esclarecendo à opinião pública a visão do produtor.

    Entendo, o interesse e o direito do SICADERGS em defender a baixa do preço do boi, entretanto não entendo, a falta de representação de nossa classe oferecendo contraponto a notícia, e trabalhando para que suba o preço do boi pago ao produtor, sem necessariamente aumentar o preço da carne paga pelo consumidor – existem margens no negócio para essa equação.

    A meu ver, o comentário e explicações da matéria é direito e obrigação da FARSUL.

    Aguardemos.

    Atila Vinhas Filho
    Produtor Rural,
    Membro do GTRURAL-PEL

  4. Ricardo Vinhas disse:

    Impressiona a forma que é distorcida a notícia!

    Será que realmente foi uma carga de carne que entrou com mandato judicial iria derrubar os preços ou foi mais uma manobra do Sindicato da Indústria de Carnes para pressionar os preços para baixo? A seca que assola a região da campanha do RS desde novembro de 2005 está levando à falta de gado. Grande parte dos pecuaristas que se organizaram para vender seus lotes em dezembro, não obtiveram os preços esperados. No nosso caso os piores preços dos últimos três anos: 2003 R$/Kg 1,90; 2004 R$ /Kg 1,80 e 2005 Rs/Kg 1,70.

    O Varejo contribuiu bastante para que não ocorresse aumento de preços, pois elevou os preços na gôndola (costela estava sendo comercializada pelos frigoríficos R$/Kg 4,20 – 4,50 e no supermercado a R$/Kg 7,60). Este fato travou o mercado, mas infelizmente ao invés da indústria esclarecer ao consumidor e o produtor que não está com as margens que apregoamos, se omite e busca seus lucros com baixa de preço no nível do produtor.

    Estamos cansados de ser ludibriados. A opinião pública deve ser esclarecida!

    A falta de gado já se reflete no mercado e será inevitável que os frigoríficos alterem suas tabelas de preço, mas estão e irão fazer de tudo para postergar este aumento a manobra recém esta começando!!!

    Quanto à falta de representatividade, gostaríamos de saber onde se encontra nossa Federação “Farsul”, que de uma forma omissa não se manifesta aos interesse da classe pecuarista. Até quando vamos tolerar ser tropeados como bois bem costeados?

    Feliz 2006!!!

    Atenciosamente

    Ricardo Vinhas Agropecuarista Grupo de Trabalho Autônomo de Produtores Rurais – Pelotas

  5. Dartangnan Aquino disse:

    Talvez fosse a hora dos produtores do RS suspenderem os carregamentos por uma semana para compensar esta entrada de carne, para que pudéssemos medir o tamanho das influências no mercado. Os frigoríficos exportadores talvez conseguissem desovar costelas na Europa.

  6. Antonio luiz Demarco disse:

    Os frigoríficos estão quase conseguindo nos fazer de empregados, colocando preço em nossas mercadorias, nos fazendo de integrados, como as agroindústrias fazem com os criadores de suínos e frangos. Temos que nos unir, criar nosso gado, engordar, abater, colocar uma marca e vender.

  7. Fernando Lopa disse:

    O interessante da notícia da espaço ao Sicadergs, ao DPA e a SSA. E o segmento da produção não é consultado. Então, nossa entidade representativa, a FARSUL, deve redigir nota de resposta esclarecendo a real situação do mercado e exigindo a apuração dos fatos, EXIGINDO a publicação da nota pelo jornal.

  8. wilson josé mateo dornelles disse:

    Fica difícil de entender e até mesmo de acreditar que o Sicadergs, com a responsabilidade de um Sindicato importante com dever de ser o das indústrias de carne, indique que os preços voltaram a cair pela entrada de um carregamento só, vindo de outros estados. Na verdade os preços voltaram a cair pela mesma razão de sempre, a organização das indústrias, que estão sempre atentas e podem a qualquer hora, em qualquer lugar, pela própria força da pouca concorrência que está estabelecida aqui no estado, determinar que assim será e ponto final. O próprio artigo do Fernando Lopa mostra bem esta situação e detalha com números atualizados a real situação da pecuária de corte no RS.

    Estes mesmos que agora culpam um único carregamento pela queda nos preços, são os que anunciavam que em dezembro iria faltar carne, e são também os que criticaram as vendas de terneiros em pé para o Líbano, dizendo que faltaria boi no futuro. Na verdade, como por aqui ninguém reclama de nada, eles foram se acostumando com a calmaria, até para usar um velho ditado gaúcho, os nossos pecuaristas são quietos como “gato de bolicheiro”, que ficam sempre pelos cantos, sem incomodar ninguém.