O governo do Rio Grande do Sul rejeitou a autorização do Mapa para que o estado antecipe a vacinação contra aftosa em animais ainda não-imunizados ou primovacinados. A estratégia do Palácio Piratini anunciada ontem é aumentar a pressão política para aplicar a dose em todo o rebanho em dezembro, um mês antes do calendário atual.
“Até aqui, vínhamos tratando com a área técnica. Agora, vamos conversar diretamente com o ministro (da Agricultura, Roberto Rodrigues)”, disse o secretário estadual da pasta, Odacir Klein.
Segundo Klein, o trabalho para rastrear as cerca de 2,5 milhões de cabeças não-vacinadas ou primovacinadas levaria muito tempo e avançaria pelo mês de dezembro. Além disso, o secretário avalia que se o Rio Grande do Sul começasse uma busca por animais que deixaram de tomar a dose, causaria uma suspeita infundada nos mercados internacionais quanto à sanidade do rebanho gaúcho.
Essa é também a alegação do Mapa para rejeitar a hipótese de vacinação geral do gado em novembro ou dezembro. O documento enviado ao estado pondera que “a antecipação solicitada pode levantar a suspeita de ocorrência da doença no Rio Grande do Sul” e “que a vacinação estaria sendo empregada para sua contenção”. O ofício, porém, admite que, a partir de 2006, o estado migre gradualmente para um calendário semelhante ao do resto do Brasil, com etapas em novembro e maio.
Mesmo sem a autorização ministerial para vacinar o rebanho inteiro antecipadamente, o Estado afirma que, no início de dezembro, terá as 4 milhões de doses necessárias para doação aos pequenos pecuaristas.
Fonte: Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint