A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) comunicou oficialmente ontem (27) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, a retomada do status dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa com vacinação.
A recuperação do status dos dois estados que formam o Circuito Pecuário Sul, foi definida durante reunião da Comissão de Febre Aftosa e Outras Epizootias e da Comissão do Código Zoosanitário da OIE, que acontece até o dia 6 de dezembro, no Rio de Janeiro. A OIE também comunicou ao governo brasileiro que em maio do próximo do ano, durante sua reunião anual em Paris, deverá considerar o Estado de Rondônia como área livre de febre aftosa com vacinação. Desde agosto de 2001, o Brasil não registra casos de febre aftosa em seu território.
O Ministério da Agricultura pleiteava que apenas Santa Catarina, cujo rebanho não apresenta focos de aftosa desde dezembro de 1993, mantivesse o status de zona livre da doença sem vacinação, o que não ocorreu, por isso os dois estados continuam fazendo parte da mesma zona.
Com o certificado de zona livre retomado, o Rio Grande do Sul espera ampliar mercados com exportações para novos compradores, além de recuperar as vendas de carne com osso para outros estados brasileiros. Em 30 de maio do ano passado, a OIE formalizou a suspensão do Circuito Pecuário Sul como zona livre de aftosa com vacinação. Os gaúchos perderam o status sanitário pouco depois da retomada da vacinação no rebanho, no dia 9 daquele mês, depois do aparecimento de focos da doença.
A exportação de carne foi um dos setores gaúchos mais afetados pela aftosa. No primeiro semestre do ano passado, os frigoríficos reduziram o abate em 90 mil bois. O Estado deixou de arrecadar US$ 55 milhões com a interrupção das exportações de carne bovina, em um volume estimado em 25 mil toneladas. Para o Egito, mercado no qual os produtores gaúchos estão de olho, o Estado deixou de exportar 60 mil toneladas de carne até agora.
O presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais Raça (Febrac), José Paulo Cairoli, acredita que o RS não deve falar tão cedo em retirada da vacina devido à situação de risco no continente e projeta normalização das vendas de animais nas feiras de outono.
Segundo o delegado federal do Mapa no RS, Flavio Vaz Netto, “animais e produtos deverão ser escoados via SC pelos seis corredores existentes hoje e a carne bovina e bubalina será liberada àquele estado desde que maturada e desossada e que proceda e tenha como destino estabelecimentos com inspeção federal”.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Clic RBS/RS e Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint