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RS une forças para combater o abigeato

A cadeia produtiva do Rio Grande do Sul está unindo forças para combater o abigeato, problema grave que impulsiona uma série de irregularidades e, principalmente, o abate clandestino de animais. Uma solução para o crime, segundo defendem representantes do setor, passa pela vontade política dos envolvidos nas ações de fiscalização.

O momento é de conscientização, defende o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle. “Estamos em época de eleições e é fundamental que o combate ao crime seja feito no começo do mandato dos prefeitos e vereadores”, ressalta.

Para a diretora do Departamento de Produção Animal (DPA) da Secretaria da Agricultura, Ildara Vargas, a vontade política significa estabelecer a questão como prioridade.

Ontem, em Porto Alegre, o tema chamou a atenção de produtores e lideranças do setor que lotaram o auditório da Farsul. Durante toda a tarde foram apresentadas sugestões para o problema no Seminário Estadual de Combate ao Abigeato. No final do encontro, os participantes redigiram a Carta do Abigeato.

As ações integradas entre diferentes agentes já resultam em fatos positivos no Rio Grande do Sul. No primeiro semestre deste ano, os registros de roubo de gado reduziram 18,19% em relação ao mesmo período de 2003. No total foram contabilizadas 3,6 mil ocorrências no Estado. “Mesmo que muitos produtores não registrem os casos, podemos comemorar essa redução”, declara o presidente da Comissão de Agricultura da assembléia, deputado Jerônimo Goergen (PP).

O secretário da Agricultura, Odacir Klein, reconhece que o DPA tem um quadro insuficiente de 170 veterinários para a fiscalização em todos os municípios gaúchos. Mas, segundo ele, será realizado um concurso público para o preenchimento das vagas.

O abate clandestino gerado pelo roubo de gado faz com que a sonegação de tributos estaduais e federais alcance cerca de R$ 126 milhões por ano no RS. Estimativas indicam que o abate clandestino alcança cerca de 45% do total realizado no estado.

As quadrilhas que agem no RS fizeram com que o crime deixasse de ser praticado por bandidos amadores, conclui Schardong. “O abigeato se transformou em uma indústria paralela ao segmento empresarial”. Uma das situações mais graves está no chamado “triângulo do abigeato”, nos municípios de São Gabriel, Rosário do Sul e Cacequi.

Fonte: Jornal do Comércio (por Denise Sauressig), adaptado por Equipe BeefPoint

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