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Ruralistas questionam financiadores de ONGs

Fustigados pela campanha de ONGs ambientalistas contra o processo de reforma do Código Florestal Brasileiro, parlamentares da bancada ruralista passaram a adotar a mesma estratégia dessas organizações de questionar financiadores do setor agropecuário no país. Os ruralistas resolveram usar a tática de constranger empresas com relações próximas a ONGs ambientalistas.

Fustigados pela campanha de ONGs ambientalistas contra o processo de reforma do Código Florestal Brasileiro, parlamentares da bancada ruralista passaram a adotar a mesma estratégia dessas organizações de questionar financiadores do setor agropecuário no país. Os ruralistas resolveram usar a tática de constranger empresas com relações próximas a ONGs ambientalistas.

O contra-ataque incluiu um pedido, na semana passada, para a suspensão de um protocolo firmado pelo Banco do Brasil com o WWF-Brasil no fim de março. Também foi aprovado relatório parcial de uma “mini CPI” da Comissão de Agricultura para investigar as relações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o Greenpeace durante uma operação contra pecuaristas e frigoríficos no sul do Pará.

Antes, os ruralistas já tinham aprovado convites aos financiadores da ONG Fundação SOS Mata Atlântica para pressionar os ambientalistas a recuar em sua campanha “Exterminadores do Futuro”, criada para brecar reformas no Código Florestal, em vigor desde 1965. Na lista, estão Bradesco, Volkswagen, Coca-Cola, Colgate-Palmolive e American Express. “Estamos tranquilos. Nossos programas estão mantidos e as empresas sabem o que nossa marca significa”, diz o diretor da SOS, Mário Mantovani.

A ofensiva sobre o WWF-Brasil começou com a reunião de um grupo de deputados com dois diretores do BB para protestar contra os critérios que levaram à assinatura do compromisso com “uma ONG estrangeira” em detrimento de instituições públicas nacionais, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A ONG desenvolverá, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA), programas de preservação de mananciais na agricultura e de reciclagem de lixo nas cidades.

A situação é considerada delicada no banco porque os ruralistas têm força, coesão e são parte da bancada governista. A solução encontrada pelo banco foi abrir o convênio a outros parceiros, locais e nacionais, inclusive a Embrapa, nas cinco regiões do país. Consultado pela reportagem, o WWF-Brasil afirmou não ter sido informado pelo BB sobre o caso, preferindo não dar declarações.

Na “mini CPI” instalada na Câmara, os ruralistas miram o Greenpeace. Querem saber se o Ibama e a ONG agiram para quebrar o sigilo de pecuaristas e do frigorífico Bertin, acusado de comprar gado de áreas desmatadas. Um relatório do Greenpeace, batizado “A farra do boi na Amazônia”, teria servido de base para a atuação do Ibama no sul do Pará, apontam os ruralistas.

Em defesa do setor, os ruralistas afirmam que as ONGs, sobretudo aquelas com matriz no exterior, têm usado a estratégia de questionar empréstimos de bancos internacionais e agências de fomento com o objetivo de bloquear a expansão do agronegócio no país. Listam como exemplo a oposição de ONGs à concessão de crédito do IFC, braço de financiamento ao setor privado do Banco Mundial, a empreendimentos agrícolas e pecuários na Amazônia. Em 2004, as ONGs bloquearam um empréstimo de US$ 30 milhões ao Grupo André Maggi em razão da pressão liderada por WWF, Amigos da Terra e The Nature Conservancy (TNC).

Os ruralistas também reclamam de uma “pressão indevida” das ONGs para influenciar critérios de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a indústrias frigoríficas e usinas de etanol na Amazônia Legal. Em 2007, as ONGs fizeram forte pressão contra a participação acionária de R$ 1,46 bilhão da BNDESPar no grupo JBS, à época Friboi.

A matéria é de Mauro Zanatta, publicado no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    O embate entre ruralistas e ambientalistas tem sido muito duro. Agora os ruralistas começam a desenvolver estratégias, sob determinados aspectos, parecidas com as utilizadas por diversas ONGs. Mas o importante seria construir um diálogo entre ambos os lados. E muito pouco se avançou nesta direção.

    Mas independente das posições ideológicas de cada lado precisamos rever com urgência o Código Florestal. Não podemos mais aceitar uma política protelatória que criou um verdadeiro caos jurídico ao longo das duas últimas décadas e que esta se constituindo em um entrave cada vez maior para uma das maiores atividades econômicas do pais.

    Que cada lado esgote seus últimos argumentos de persuassão e as concessões que esta disposto a fazer em troca de um acordo. Mas que cada lado saiba que ao final de um prazo determinado o tema, com ou sem acordo, será submetido ao congresso e decidido.

    Att,

  2. Ricardo Hoefel Rezende disse:

    Quero deixar uma pergunta para se refletir:

    As pessoas estão esquecendo de onde vem a produção de alimentos?

    São os europeus, chineses e americanos que produzem alimento em abundância e a custo barato para suprir o mundo, e ainda por cima tem as suas coberturas vegetais intáctas e preservadas, realmente o produtor brasileiro é um vilão , pois as propriedades não possuem reservas. Algum cidadão já teve a simples curiosidade de passar os olhos em imagens de satélite e ver se o Brasil está tão assustadoramente devastado, como é falado aos quatro ventos? entrem no google earth e comparem as áreas abertas e preservadas… e ainda assim o cidadão brasileiro come com fartura….como falo sempre “o bonus aos ambientalistas e ao governo, o ônus ao produtor”

  3. ANTÔNIO CARLOS PIERONI disse:

    É evidente, que tem que haver diálogo, porem as ONG´S o WWF e Greenpeace, agem de forma desleal, nos batidores, costurando acordos que influenciam, nas decisões das instituições financeiras, prejudicando de forma direta a vida dos produtores rurais, principalmente dos das regiões Centro-oeste e Nortes, que de uma hora pra outra não puderam mais fazer nem reformar seus financiamentos sem licença ambiental, o que não é exigido dos produtores de outras regiões, os frigorificos também não compram carne de uma lista fornecida pelo IBAMA de supostos desmatadores, mesmo antes de julgar ou analisar o processo, isto é ou não desleal?

  4. Iria Maria Davanse Pieroni disse:

    A produção de alimentos (vegetal e animal) deve ser tida como de “interesse social”, contudo e sobretudo, vê-se a interferência de terceiros que desconhecem o duro trabalho e as dificuldades encontrada no dia-a-dia para se conseguir produzir bons produtos alimentícios. Além dos juros altíssimos, há a lista do desmatadores, há as interferências internacionais através das ONGS que sequer conseguiram fazer a lição de casa a interferir na vida dos pequenos e médios produtos e, ainda, não podemos esquecer que depende-se do clima.
    Ser produtor rural hoje, é uma luta diuturna e de enorme insegurança jurídica, face ao derespeito aos fundamentos e as garantias individuais, como o direito de propriedade e a desvalorização do “homem” em detrimento de um “falso” meio ambiente equlibrado, quando interesse maior é evitar que o Brasil desenvolva-se e torne-se uma potência econômica.
    Os legisladores precisam acelerar a reforma do Código Florestal de sorte a garantir que os produtores e empreendedores, dentro de padrões razoáveis de segurança, mitigação e prevenção, possam continuar normalmente com as suas atividades e, não a viver de sobressaltos. Todo dia uma surpresa (desagradável).

  5. joao jacintho disse:

    o Brasil, se encontra 90 por cento ilegal, se for aplicar as leis ambientais,isto prova a burrice dos legisladores, q nao entendem de alimentos , mas q saibam comer para viver, eu quero e formar fazendas , e encher de gado , .