Cinco frigoríficos goianos foram aprovados pela missão veterinária russa que visitou o Estado para avaliar as condições sanitárias dos estabelecimentos. Agora as empresas aguardam os relatórios oficializando a posição.
De acordo com o coordenador do Fórum Nacional da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, embora já se saiba oficiosamente do resultado das inspeções, os relatórios técnicos das visitas ainda serão encaminhados à Rússia para assinatura pela autoridade competente. “Só após essa formalidade os frigoríficos estarão habilitados, de fato, para exportar carne bovina para aquele país”, explicou.
Do grupo de frigoríficos aprovados, só o Estrela, de Mineiros, é habilitado pela primeira vez. Os demais, Friboi, Goiás Carne, Bertin e Margem, já estão no mercado russo há algum tempo e apenas tiveram suas habilitações confirmadas. “De qualquer forma é um fato importante, que abre perspectivas de recuperação dos preços do boi gordo, como representa um reconhecimento da qualidade da carne brasileira”, disse Nogueira.
De acordo com ele, a Rússia vem se tornando um dos mais importantes mercados para a carne brasileira, fechando o ano passado com a importação de quase 300 mil toneladas. “Isso representa metade da demanda do país, que é de aproximadamente 600 mil toneladas/ano”, animou-se o coordenador, para quem só o Brasil tem volume de produção suficiente para atender um mercado dessas dimensões. “Se ocuparmos esse mercado com eficiência, deveremos nos tornar, rapidamente, os maiores exportadores de carne do mundo”, afirmou.
Segundo Nogueira, a expectativa é de que nesse ano o total das exportações brasileiras de carne bovina supere em pelo menos 30% as do ano passado, que ficaram em cerca de um milhão de toneladas e faturamento de US$ 1,1 bilhão.
“Só nos primeiros sete meses do ano já exportamos 726,54 mil toneladas em equivalente carcaça, com faturamento de US$ 765,67 milhões”, argumentou Nogueira, que destacou também a recuperação dos preços no mercado mundial. Segundo ele, embora ainda estejam defasados em 10% em relação à média em dólar, desde janeiro os preços da carne exportada já apresentam recuperação de 9,71%.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes (Sindicarne), José Magno Pato, considerou positiva a aprovação, “pois pode representar um fator de valorização da carne em toda a cadeia produtiva”.
Ele advertiu, entretanto, que é preciso que não se descuide da questão da qualidade, pois, por enquanto, a Rússia só está se atendo aos aspectos sanitários, mas nada impede que no futuro se torne tão exigente quanto os mercados mais sofisticados. Ele lembrou também que os russos têm se mostrado negociadores espertos, com verdadeiros leilões de compra para baixar ao máximo os preços da carne adquirida no Brasil.
Fonte: O Popular/GO (por Edimilson de Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint