O embargo russo às carnes brasileiras, em vigor desde 15 de junho, parece ter ficado mais longe de uma suspensão imediata como anunciado pelo Ministério da Agricultura. Mais do que isso, restringiram os embarques, a pedido do próprio ministério, de 37 unidades frigoríficas. E avisaram às autoridades brasileiras que vão impor "restrições adicionais" a produtos fora das exigências e normas sanitárias.
O embargo russo às carnes brasileiras, em vigor desde 15 de junho, parece ter ficado mais longe de uma suspensão imediata como anunciado pelo Ministério da Agricultura. Mais do que isso, restringiram os embarques, a pedido do próprio ministério, de 37 unidades frigoríficas. E avisaram às autoridades brasileiras que vão impor “restrições adicionais” a produtos fora das exigências e normas sanitárias.
Algumas empresas, como JBS e BRF, foram surpreendidas pela restrição a algumas de suas indústrias. Uma delas informou ter 3 mil toneladas em produtos embarcados após a apresentação voluntária de uma lista de 103 indústrias impedidas de exportar à Rússia.
Em correspondência enviada na semana passada, o Serviço Federal de Controle Veterinário e Fitossanitário da Rússia condicionou o fim das restrições a “maiores esclarecimentos” das autoridades brasileiras e à apresentação de “documentos adicionais”, além da tradução para o russo de textos entregues pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).
Uma comitiva brasileira esteve em Moscou no dia 6 de julho. A SDA apresentou uma lista de 103 plantas com impedimentos de embarque. Mas os russos apontaram que 15 unidades não constavam de relação aprovada anteriormente por eles. Além disso, 21 já estavam embargadas por inconformidades em partidas exportadas. Outras 30 indústrias tiveram seus embarques suspensos a partir de 15 de junho, quando começou a valer o embargo aos três Estados.
O vice-chefe do serviço russo, Alexey Saurin, afirmou às autoridades brasileiras que manterá as restrições até que sejam resolvidas essas pendências. Os russos apontaram irregularidades como a falta de comprovação de controle em 32 empresas listadas pela SDA. Também apontaram a inclusão de unidades frigoríficas sem aprovação prévia na lista enviada pelo Brasil a Moscou. Também notaram a inclusão de empresa autorizada a vender frangos como habilitada a exportar suínos.
Na correspondência, os russos apontaram problemas em 13 unidades. E listaram ter encontrado bactérias coliformes, microrganismos e salmonelas em várias cargas exportadas. O serviço russo pediu “investigação” para explicar a presença de substâncias “proibidas e nocivas” nos produtos recebidos. Alexey Saurin afirmou que os “fatos citados” e os “resultados insatisfatórios da inspeção” comprovam “controle insuficiente” de produtos fornecidos à Federação da Rússia.
Confrontado com as reservas feitas pelo serviço russo, o diretor de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, rejeitou as evidências: “Não é bem isso, não. Essa história que os russos não estão satisfeitos não é totalmente verdade”, disse em rápida declaração, por telefone, de Porto Alegre. Oliveira está na linha de frente da negociação sanitária com os russos. O secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, acompanha a evolução das tratativas. Os exportadores alertaram para problemas: “Ao entregar a lista aos russos, o governo não deixou claro quem poderia continuar exportando. Isso gerou uma confusão nos produtores”, disse o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto.
O governo brasileiro entende que o embargo russo não está ligado às negociações da Rússia em ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC). O diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, ministro Paulo Mesquita, disse ontem que “em nenhum momento” os russos usaram o embargo para ganhar apoio na OMC. “O embargo tem pista própria longe de discussões sobre a OMC. Isso quer dizer que nós não vamos condicionar nosso apoio ao fim do embargo e nem esperamos que com o apoio ele seja retirado”, disse Mesquita.
O diretor do Itamaraty informou que os termos do acordo na OMC estão sendo finalizados e que, nessa última etapa, as tarifas e quantidades de exportações podem ser alteradas. “Existe um grande esforço da Rússia em concluir, ainda neste semestre, seu ingresso na organização e isso significa que as negociações com o Brasil devem estar concluídas”, disse Paulo Mesquita.
As informações são do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Para mim, está ficando claro que temos problemas graves de comunicação entre os Frigorificos e o SDA – Ministério da Agricultura.
Além disto me parece que não tem um protocolo e manual de procedimentos para a controle de qualidade e sanitario dentro das industrias e aprovado e auditado pelo SDA.
A falta apontado de facilidades e qualidade dos laboratorios federais é um sinal de que precisamos mudar no sentido de devolver para as industrias a responsabilidade plena pela para o bem estar sanitaria dos seus produtos e como governo sómente auditar os serviços feitos.
Quando vamos colocar em prática as inúmeras leis, decretos, instruções normativas, etc, etc, distribuídas pelo Ministério da Agricultura?
Temos todas as ferramentas necessárias e exigidas mas não temos responsáveis para a efetiva aplicação destas.
A incompetência dos responsáveis pelos prejuízos causados deveriam ser exonerados do Serviço Público.
Pois é… o tal Ministro das apostas perdidas, no momento as voltas com denúncias de corrupção, e observações nada satisfatórias sobre o descontrole existente na aplicação dos recursos nossos impostos, perdeu mais uma…
Continuamos sem saber exatamente quais os problemas apontados pelos Russos, e negados por nossos dirigentes… "em breve, ainda neste mes"… nada mudou, a não ser a inclusão de novas plantas com irregularidades sanitárias ou de controles administrativos…
De omissão em omissão, vamos caminhando para as típicas desculpas… aliás as mesmas de sempre…
Pena, o país dos espertos, perdendo mais uma e alguns ainda cantando de galo!
De pleno acordo com o Sr. Louis. O governo brasileiro penaliza o produtor de todas as maneiras, e quando não tem como e porque, cria uma nova regra para colocar os produtores a margem da lei. Para os frigorificos, que dão calote, conseguem dinheiro a qualquer hora no BNDES e tem incentivo fiscal para exportar, não se tem fiscalização, não do produto, mas dos procedimentos, dos processos industriais e sua assepsia, dos procedimentos ambientais e trabalhistas, fiscais eu não vou nem comentar, porque se tivesse fiscalização, ou eles não quebravam ou eram vendidos antes de quebrarem, como a VARIG. Será que existe um "FINAN-FRIG" que financia políticos "amigos"? UM FRIGODUTO!
Aos moldes do "Valerioduto", financiando alguma "festinha"? Nãso sei e não posso acusar categóricamente, pois não possuo provas. Mas, que dono de frigorifico quebrado esta muito melhor que a maioria dos pecuaristas que eu conheço, ah! isso tá!
Todo mundo impõe restricões aos produtos brasileiros, porque sabe que não vai sofrer n enhum tipo de retalicão comercial. Pois este governo e os anteriores não se preocupam com com os produtores brasileiros, porque a grande maioria não financiam suas campanhas eleitorais. A não ser alguns frigorificos que a menos de 10 anos não eram nada e hoje finaciados (doacões de dinheiro pùblico, via BNDS) que conseguem dinheiro a hora que querem e monopolizam a industria de abate.