Poucos dias depois de anunciar que ampliaria o volume de cotas de exportações de fertilizantes para países importadores, o governo da Rússia sinalizou que irá aumentar também o prazo de validade do instrumento. A extensão deve ser de pelo menos um ano.
A medida entrou em vigor em dezembro passado e, em princípio, teria validade até 31 de maio. Ontem (5/4), a vice-primeira ministra do país, Victoria Abramchenko, anunciou em seu Telegram que, após reunião com o presidente Vladimir Putin sobre medidas relacionadas ao desenvolvimento do complexo pesqueiro e agrícola russo, o instrumento de cotas de exportação de adubos deverá abarcar as semeaduras de inverno e primavera 2022/23. A temporada começará em julho e se estenderá até junho do ano que vem.
Ela informou, ainda, que o governo considera necessário o aumento da produção de sementes no país, dado o contexto do mercado global no momento. A Rússia destinará 5 bilhões de rublos à construção e modernização de seleção e produção de sementes e centros de seleção e genética.
No fim do ano passado, o país estabeleceu cotas de exportações de 5,9 milhões de toneladas de adubos nitrogenados e 5,35 milhões de toneladas de fórmulas complexas. Em 31 de março, o governo ampliou a de nitrogenados em 231 mil toneladas e a dos produtos complexos em 466 mil toneladas.
Para a consultoria StoneX, a alteração de volume não é significativa para o Brasil, sobretudo porque a Rússia está em guerra, e, assim, enfrenta dificuldades para embarcar o produto.
Os russos estão entre os maiores exportadores globais de fertilizantes NPK — nitrogenados, fosfatados e potássicos —, os mais usados na agricultura.
Fonte: Valor Econômico.