O Brasil identificou mais dificuldades para elevar suas exportações à Rússia no contexto das discussões sobre a entrada daquele país na Organização Mundial do Comércio (OMC), em processo que foi retomado ontem em Genebra. Com relação a cotas para carnes, o principal negociador russo, Maxim Medvedkov, disse que não há a menor hipótese de aumentar o volume de importação de carne suína brasileira para este ano.
O Brasil identificou mais dificuldades para elevar suas exportações à Rússia no contexto das discussões sobre a entrada daquele país na Organização Mundial do Comércio (OMC), em processo que foi retomado ontem em Genebra.
Com relação a cotas para carnes, o principal negociador russo, Maxim Medvedkov, disse ao Valor Econômico que não há a menor hipótese de aumentar o volume de importação de carne suína brasileira para este ano, como vem pedindo o setor privado para recuperar o que perdeu para americanos e europeus.
O chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, ministro Carlos Marcio Conzandey, cobra que, em caso de cota, que seja aberta a todos os países e não por país, como hoje, num sistema de cartório que garante exportação para produtores menos competitivos.
Medvedkov insistiu que não entende as pressões brasileiras, alegando que o país não preencheu sequer todos seus compromissos de exportação de carnes em 2004-2005. Lembrado de que a realidade é outra, deu de ombros e retrucou: “Nós, russos, temos a memória longa.” Para Conzandey, “nada está fechado enquanto tudo não estiver resolvido”, sinalizando que um acordo final para a entrada da Rússia na OMC precisará acomodar demanda dos parceiros.
A importação de carne vermelha foi de 1,6 milhão de toneladas em 2008, 12,3% a mais em volume comparado a 2007. Metade da carne bovina procedia do Brasil, seguido do Uruguai, Paraguai, Argentina e Austrália. A importação de suínos veio em 31% do Brasil, seguido dos Estados Unidos (20%), Canadá (13%) e Dinamarca (8,7%).
Os preços no varejo de carnes e frango aumentaram mais de 23% na Rússia em 2008, enquanto a alta média nos preços de alimentos ficou em 18%. O desenvolvimento na pecuária aumentou a demanda por proteínas, e as importações do complexo de soja explodiram.
A matéria é de Assis Moreira, do jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.