Apesar das cotas impostas por Moscou às carnes brasileiras, os exportadores nacionais estão conseguindo driblar as barreiras e manter sua participação no mercado russo. Representantes do setor afirmam que o ano deve fechar com vendas em torno de US$ 700 milhões. Se as cotas fossem aplicadas de forma integral, não chegariam a US$ 400 milhões.
Na terça-feira, o vice-presidente José Alencar reuniu-se com representantes russos, mas Moscou não cedeu. O sistema de cotas foi estabelecido pelo Kremlin e divide o mercado entre os principais fornecedores estrangeiros nas negociações para a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC). No caso do frango, o Brasil poderia ocupar no máximo 30% das cotas, 70% ficariam com americanos e europeus. No primeiro semestre, porém, as vendas de frango do País chegaram perto de US$ 100 milhões e podem terminar o ano com 60% das cotas.
Segundo especialistas, as cotas estão sendo dribladas graças a um entendimento entre os exportadores do Brasil e importadoras russas. As empresas em Moscou estariam fechando contratos com empresas americanas onde há problemas sanitários e, diante da impossibilidade de importar, justificam a compra de carne brasileira. Casos similares são registrados com carnes bovina e suína.
As exportações nacionais de carne bovina cresceram 140% neste ano e, de janeiro a junho, o valor total já registra alta de 9% ante 2003. Mas, quando a Rússia for aceita na OMC, a administração de cotas terá de obedecer às regras internacionais.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Jamil Chade), adaptado por Equipe BeefPoint