A Rússia voltou a ser o principal destino das exportações brasileiras de carne. Em abril, o país exportou US$ 42 milhões para aquele país, o equivalente a 40 mil toneladas de carne in natura, informou o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. Só no mês passado, as vendas de 94,4 mil toneladas de carne fresca brasileira para o exterior somaram US$ 204 milhões.
Segundo Pratini, que participa da ExpoZebu 2005, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, os russos compram mais os dianteiros de bovinos, menos nobre, para processamento e produção de embutidos. “Começamos a vender bem para o mercado russo. Claro que todos os meses não serão assim porque este resultado significa a recomposição dos estoques”, considerou.
Pratini voltou a afirmar que a tendência é seguir aumentando as vendas externas. Entretanto, ele reiterou que grande preocupação do setor atualmente são os preços. “Não queremos simplesmente aumentar volume, queremos também melhorar preços e o baixo valor do dólar é um desastre para o agronegócio brasileiro”, disse.
Ele disse que após o embargo imposto pela Rússia à carne brasileira, suspenso em março, houve até valorização dos preços, mas lamentou o câmbio valorizado, com dólar abaixo de R$ 2,50. “É um ataque ao agronegócio. País pobre tem de ter dólar caro para estimular exportações”, disse.
Para Pratini, os rumores sobre a suspensão das importações de carne industrializada brasileira pelos Estados Unidos “não passam de especulação”. De acordo com ele, o governo americano enviou uma missão de técnicos nos últimos dias para fazer uma auditoria em alguns frigoríficos e os resultados destes trabalhos ainda não foram divulgados. “Pra mim isto é um exagero, é a concorrência da carne brasileira que está criando clima”, afirmou.
Fonte: Estado de Minas/Superávit (por Graziela Reis) e Estadão/Agronegócios (por Raquel Massote), adaptado por Equipe BeefPoint
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É interessante observar a expansão das exportações brasileiras do agronegócio e a competitividade do produto brasileiro lá fora, batendo recordes quase mensalmente.
Entretanto, temos que lamentar que os resultados não estejam sendo divididos com os produtores, a ponta de baixo da cadeia.
Mais interessante e espantoso é ver que as agroindústrias reclamam do preço do dólar que está dificultando a ampliação do preço e dos lucros nos produtos exportados, mas o preço pago pelo consumidor no mercado interno continua alto, inibindo o aumento do consumo e a recuperação do setor.
Rever conceitos é o caminho para a retomada do desenvolvimento no agronegócio, com a divisão de lucros por toda a cadeia.