Rússia mantém firme demanda por carne uruguaia

A Rússia continua mostrando preços firmes para a carne bovina, mas muito mais para os miúdos, onde os valores dos produtos vêm subindo, disse o representante da All Meat Trading, Patrick Long, ao El País. “Não há uma loucura de demanda, mas há preços firmes e o que é oferecido, é vendido”.

Os negócios com os importadores russos estão centrados nos cortes de dianteiro com destino à indústria, enquanto que os frigoríficos uruguaios continuam vendendo cortes traseiros para União Européia (UE), onde os preços caíram 15% e baixou a demanda, segundo confirmou o gerente geral do Frigorífico Tacuarembó, Grupo Marfrig, Martín Secco.

A Rússia é o segundo maior importador de carne bovina e miúdos uruguaios. Em médio e curto prazo, os operadores não visualizam nuvens no horizonte. “Não houve grandes aumentos neste mercado, mas também não houve baixas. Os valores dos produtos se mantêm e inclusive, em alguns casos, há tendência de alta”, disse Long.

Entre os cortes de dianteiro, que é o que o Uruguai mais exporta, o valor máximo é registrado para o grupo Chuck & Blade, um conjunto de cortes sem osso de dianteiro. Os preços vão de US$ 4.100 a US$ 4.200 a tonelada, “dependendo do cliente e do negócio”.

No caso dos miúdos – fígado, língua e coração, que é o que a Rússia compra -, os preços sobem e a demanda cresce. A língua, que é o produto mais emblemático, custa entre US$ 4.900 a US$ 5.000 a tonelada.

A Rússia representa 28,02% da demanda total do Uruguai, que é liderada pela UE, com 40,3%.