O governo da Rússia pediu ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informações adicionais sobre o foco de febre aftosa no município de Careiro da Várzea, no Amazonas, em agosto. Os questionamentos, já respondidos pelo Brasil, referem-se às medidas adotadas pelo País para controle da doença no município, que fica a 30 quilômetros de Manaus, explicou o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Maçao Tadano.
Os focos levaram a Rússia a suspender, desde 21 de setembro, as compras de carne do Brasil, inclusive de proteínas de animais não suscetíveis à aftosa, como o frango. Acordo entre os governos dos dois países permitiu, no entanto, que os contratos já fechados fossem cumpridos. Em setembro, a iniciativa privada apostava que os prejuízos começariam a ser computados em 60 dias, ou seja, a partir do fim de novembro.
Na entrevista, concedida à Agência Brasil, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues garantiu que qualquer questionamento feito pelos russos será respondido de forma “clara, rápida e vigorosa”. Ele lembrou que há cerca de 20 dias o governo brasileiro entregou a Moscou “uma Bíblia” com mais de 500 páginas contendo informações sobre o foco de Careiro da Várzea e sobre o sistema de defesa sanitária do País. “Até agora, não tivemos resposta. A questão da Rússia transcende aspectos técnicos. A questão é comercial”, comentou.
No acumulado de janeiro a setembro, os russos aparecem como importantes compradores de carne do Brasil, com comércio de US$ 168 milhões. Em setembro, a Rússia foi o principal destino da carne brasileira in natura, com compras de 18.500 toneladas e receita cambial de US$ 29 milhões, segundo mostram números recentes divulgadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Fabíola Salvador), adaptado por Equipe BeefPoint